26 dezembro, 2006

wanted alive or alive

Há um Blog que eu A-D-O-R-O, não só porque me faz rir, abanar a cabeça, etc.. mas fundamentalmente porque não posso (ainda que discorde, em parte, de parte das suas opiniões) deixar de sentir admiração por tão grande capacidade imaginativa, inventiva e louca. Acho que é isso que ele é: um Louco. Um louco sadio, pelo que tenho lido. Anyway, o dito cujo cativa-me tanto pelas barbaridades que escreve como pelas criticas sociais, raciais, xenófobas, religiosas, desportivas, fotográficas, políticas, literárias, sexuais, arquitetónicas, cinéfilas, amorosas, amistosas, gastronómicas, estrangeiras, nacionais, decorativas, educacionais, musicais, estilísticos, elitistas e tudo-o-resto-que-não-posso-agora-arranjar-mais-adjectivos, mas, Mas - bottom line: o gajo não deixa ninguém comentar, não tem espaço para os coments, nem sequer email visivel. PortantoS: nem ele sabe o quanto eu curto o que diz e a forma como o diz, como muito menos saberá que eu existo... aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Chama-se "a cena dos outros", está nos meus links de Blogs preferidos e é, de facto, «Hilariante». aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Houve uns tempos em que não havia sinais de post algum na sua casa. Comecei lentamente a deixar de ir lá "checkar", e como também não tenho feito nadinha neste meu humilde blog, a coisa foi passando. Mas eis que hoje, manhã calma do nosso pós-Natal, decidi-me a por a leitura em dia e lá fui parar. E não posso parar. Este gajo é demais e eu pago em coments, quem me conseguir identificar o dito ser.
Muito grata.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
P.S.
Prometo voltar em breve com um post decente...
aaaaaaaaaaaaaaaa
O Teatro? O Teatro vai. Ainda vai :)

24 novembro, 2006

Forest Fire

she crossed herself as she put on her things
she has promised once before not to live this way
if she don't calm down she will burn herself out
like a forest fire, well doesn't that make you smile
if you don't slow down, i swear that i'll come round
and mess up your place, let's go for a spin
they say we shouldn't even know each other
and that we'll be undone
don't it make you smile like a forest fire
i believe in love, i'll believe in anything
that's gonna get me what i want
and get me off my knees
then we'll burn your house down,
don't it feel so good
there's a forest fire every time we get together
hey pick you up, put you down
rip you up and spin you round
just like we said we would
'cause we're a forest fire
believe you me, we'll tear this place down
if we get caught in this wind
then we could burn the ocean
if we get caught in this scene
we're gonna be undone
it's just a simple metaphor,
it's for a burning love
don't it make you smile
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaallike a forest fire aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Ontem fui ver Lloyde Cole (sem os commotions) e foi realmente uma comoção…
E teria mesmo chegado a arrepiar-me se ele tivesse tocado o Forest Fire, mas não o fez.
De qualquer modo, o ambiente criado por gente da minha geração, ansiosa por ver e ouvir e sentir tudo outra vez, fez com que fosse para a cama, muito aconchegada e confiante no meu futuro com o meu olhar aos 17 anos…
A Sala Batalha, do recuperadíssimo cinema Batalha no coração do Porto, está a receber alguns dos meus ídolos musicais, nos idos 80/90 (também lá foram os Violent Femmes dia 22). a
O Lloyd continua com a sua maravilhosa voz, e é o que nos transmite: um tipo calmo, com ar pachorrento e humilde… Já não tem aquele ar rebelde das capas dos discos, mas continua um charme. Passou a noite a agradecer cada aplauso, literalmente: “You’re so kind! Thank you so much” e depois acrescentava coisas como: “You’re really nice. I’m very old and Clark is even older!”… E a vezes que ele falou na idade, levou-me a pensar que ele realmente se sentia cansado e velho… E vermos a idade a passar e apercebermo-nos que isto calha a todos, é um pouco nostálgico…
É que naquela altura eu estava a apenas “walking my bag”…

23 novembro, 2006

Carta quase-aberta

Excelentíssimos Bloggers e demais leitores/comentadores,
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
O extracto que se segue faz parte integrante da norma de procedimentos da empresa onde laboro:
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
«Entende-se por “Casual Day”, o dia em que, dentro da semana normal de trabalho, os colaboradores não têm obrigatoriedade no uso de vestuário formal. Entende-se por Vestuário formal, o uso de fato, vestido ou saia, gravata, sapato não desportivo, camisa ou blusa de fores sóbrias e discretas.Esta prática poderá ser aplicada todas as sextas feiras, ou em dia imediatamente anterior em caso de feriado.Os Homens podem usar camisas pólo, pullovers, camisas com manga curta ou comprida, dobrada ou não, calças sarja ou algodão com tons sóbrios e tecidos lisos e/ou discretos.As Mulheres podem usar em estilo Semi-informal, saia de comprimento adequado, calças de sarja ou outro tecido de corte informal, camisas ou blusas discretas e sóbrias.Não é permitido traje como calças de ganga, calções, T-Shirts, camisas estampadas de cores demasiado garridas ou por fora das calças, ténis ou chinelas, roupas demasiado justas, decotadas curtas ou transparentes» aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
PortantoS, amanhã, eu - que sou gaja, visto o quê?

Okay, também não sabem... aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Face ao acima exposto, decidi elaborar um Post dedicado à Loucura - Num Reino onde não há bom senso...
Eu tenho volta e meia uma necessidade incontrolável de fazer um disparate. Mas quando digo um disparate, refiro-me a um disparate mesmo. Temos, como me diz o meu Chefe, uma necessidade em sermos loucos de vez em quando. E eu concordo. Concordo e ponho Seal nas alturas: “ You’ll never gonna survive unless you get a litle crazy!”Quando passo entre 42% e 45% do meu tempo neste local, admito que realmente só se sendo um pouco louco, podemos aguentar tanta (in)conformidade.E então, revejo cenas estúpidas. Estúpidas. Pronto. Para não dizer parvas… Tipo:Sair da casa de banho, no local do trabalho, e a meio do corredor pensar «E se eu agora, aqui no meio, desse um grande pulo e gesticulasse como se não houvesse amanhã?» O que fiz? Fi-lo, claro está. E não sei alguém viu ou não. O mais certo é terem visto, mas como me conhecem, disseram «Não vi bem – ela seria incapaz de fazer aquilo, que nem sei bem o que foi ou se foi mesmo…» Mas aí é que está a piada: o gozo, a insanidade de fazer algo doido, completamente consciente e sorrir, para não rir às gargalhadas…Depois, entrei no meu “estaminé” e vi um olhar de compreensão ao meu riso contido e à pergunta bastou a respostas « Não resisti, chefe…» e recebi em troca aquele piscar de olho, de quem sabe que só se pode sobreviver aqui, assim - com um pouco de idiotice e de Loucura…Esta pessoa, é a mesma que há mais de uma semana anda com o jogo do "esconde-esconde" comigo. Esta pessoa é o meu Chefe, que apesar de ser chefe (e dos melhores que esta casa tem, e terá), é um ser humano, um Homem, um adulto, uma pessoa honesta culta e inteligente, mas que nem por isso (se não exactamente por isso, deixa de brincar, mesmo no local de trabalho, e olhem que ele em serviço não brinca, mas brinca no serviço. Só às vezes.O protagonista principal (Sim, está tudo óptima, e sim, não me esqueci de um novo Post acerca do Teatro, mas fica para outra altura) é uma moeda de 1€ fruto de uma aposta em que eu perdi, e que anda a ser escondida por mim nas coisas dele e vice-versa - tudo porque ele se recusa a aceitar "o meu dinheiro"... Mas já o meu avô dizia: "minha filha teima, mas não apostes nunca", não o ouvi e foi no que deu... Mas uma pessoa tem princípios, e aquele €uro, não é meu.Ele é a moeda debaixo do sensor do rato, colada com fita cola no auscultador do telefone, presa nas pernas do teclado, pendurada no copo de água, agarrada à caneta, no meio do cinzeiro, enfim... (desta vez está a batata do lado dele, vamos ver como ele se safa agora...) aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa a
E isto meus amigos, é como sobreviver no mundo de uma Empresa, que parece estar sem rei nem roque, e ainda ser sermos competentes, eficientes e eficazes - aliás, é sermos mesmo mas é dos melhores profissionais que por cá há. Será por nos darmos a estas loucuras? (devo estar louca, com tanta falta de modéstia...)

Com os melhores cumprimentos,
Fortunata Godinho

30 outubro, 2006

«Muita Merda!»

«Muita Merda!» «Merda! Merda!» «Muita Merda para ti» «Break a Leg!»
Estas foram as ofensas mais bem recebidas que ouvi e dirigi na 6ª feira passada.
Sim, sim: Já foi a estreia, a minha “Premier” e o dia de maior nervosismo (JURO) da minha vida – até agora.
Outras palavras houve de felicitações, portanto está a ser injusto da minha parte dar este título “depreciativo” ao Post, mas é tão IN (no Teatro), que tem mesmo de ser.
… E isto quer então dizer, que se Parabéns houve, então tudo correu bem. Yes!!!!
O prometido é devido, e como gosto de cumprir com o prometido, vou fazer uma a devida “reportagem” acerca do sucedido.
Depois de 4 ensaios em 3 semanas, na sexta feira acordei, com a sensação de que aquele dia era muito importante, porque nada mais justificava a minha ansiedade, a minha falta de calma e os meus sorrisos a tudo o que era gente, objecto e situações alheias ou não…
A seguir ao almoço, já não me aguentava no trabalho, estava tão impaciente, que senti que não produziria nada de jeito naquelas horas até sair, de modo que lá fiquei a fazer mais a rotina que o trabalho, até que com medo de me atrasar um minuto que fosse ao 1º encontro extra ensaio com os outros “actores” (que bem que isto me soa), saí “à Pedreiro” e assim que bateram as 6, comecei a arrumar tudo.
O início do saga do nervosismo começou lindamente, com o meu Director a ligar-me às 6:15 para saber porque eu tinha saído tão cedo – é suposto o meu horário terminar
às 5… Mas admito: contra o meu costume que por norma saio perto das 7, e lá lhe expliquei que era o dia da estreia. Depois chego a casa e tal como planeado a 1ª coisa que faço é começar a tirar o verniz vermelho das unhas – onde é que já se viu uma Criada de servir, em pleno século XIX, ainda por cima a velar uma moribunda, assim com tais modos? Mas em vão – tal era a camada de protecção à cor, que o fantástico “protector de unhas e tira verniz” ao invés da vulgar acetona, não funcionou «Tu e as tuas manias… ‘Da-se!!!» Mas não me fiquei por aqui, porque após desistir de tentar limpar o verniz, zarpei casa fora, e SÓ demorei 48 minutos para fazer o trajecto de casa ao Auditório, quando por norma tem uma duração média de 10…
Bom, lá cheguei ao restaurante e quando vi que estavam calmamente todos a aguardar os atrasados, pensei: «porquê o teu nervosismo? Afinal eles é que têm as maiores falas e performance…» acalmei-me. Pedi uma Coca-Cola e fumei um cigarro. Então disse ao Encenador que estava com um problema gravíssimo e mostro-lhe as unhas: 1º não ligou nenhum, mas depois disse que tínhamos de arranjar acetona e mandou um dos “actores” correr à loja dos Chineses, mas eis que surge o Sr. Luis com a caixa da caracterização. Assunto resolvido – «Aqui há tudo: Há Acetona boa, e até verniz!» O Sr. Luis, Sr. Caetano na peça , é o mais velho de todos nós, mas além de “actor” há muitos anos, também é “caracterizador”...

Não sou capaz de descrever o que se seguiu, porque quando os primeiros convidados começaram a chegar, nós ainda andávamos a montar o cenário, e eu totalmente inexperiente sentia-me como um passarinho assustado, um Canário tão pequenino que ninguém vê, porque os olhos estariam nos Piriquitos e nos Papagaios, mas ai do Canário se não cantasse… «Onde estão as minhas chávenas? E o Café? E Bandeja? Então só há 11 chavenas?» - é que eu também ia servir o público, e nunca tinha ensaiado com as chávenas todas, nem com elas cheias, e era suposto serem 16 e não 11… Mas todos me diziam, para ter calma e sorriam. E andava eu ali vestida de Criada, com uma linda rendinha na cabeça a empurrar cenários, a pintar cabelos de branco e olhos de preto aos outros 2 segundos protagonistas (eram 2 peças distintas), e a puxar as minhas mini meias pelas coxas acima que teimavam em enrolarem-se sobre elas mesmas – é que os collants da Criada Antónia não apareceram…
Não bastava isto, vem-me o Encenador dizer que eu tinha de ter muita atenção a quem ia servir o café, porque a 1ª fila toda estava reservada a deficientes: - «Vês? E não sei se eles te pegam nas chávenas…» - «Ora essa!», disse uma senhora que já estava sentada. - «Então acha que eles aceitam o café e o tomam?» perguntei eu - «Eles só são surdos!» Dispenso comentários. AAAAAAaaaAAAAAAAAA
Finalmente tudo a postos, o Encenador manda toda à gente às suas marcações.
- «Muita Merda!» «Merda! Merda!» «Muita Merda para ti»
- «Mas então e o pano? A cortina? Não se fecha? » Não havia. Estava avariado. Tínhamos de estar todos sentadinhos nos nossos lugares, sem pestanejar, até que toda a sala se enchesse, até que todos os avisos fossem feitos, até que todas as luzes se apagassem e até que a música começasse. Aí, a Criada Antónia começa a peça: Pouso as agulhas da Malha que me tremiam nas mãos, levanto-me e pé ante pé, pego no Candelabro e vou o mais lentamente possível buscar a bandeja. As minhas pernas tremiam TANTO, e o meu coração pulava de tal modo, que os meus Pais me disseram depois, que quando cheguei à plateia, conseguiam ver o meu coração a bater por cima do vestido…
Mas sabem que mais: tudo valeu a pena, porque não me engasguei, nem tropecei, nem entornei café, nem virei chávena alguma, nem estas foram de mais nem de menos, mas antes à certa (!) e nem sequer me enganei nas deixas nem nas falas e, depois das minhas pequenas 7 intervenções, lá me retirei e respirei fundo. Correu tudo bem! Também, tanta Merda tinha que fazer algum efeito…
Depois fiquei caladinha, escondida juntamente com os que também não estavam em cena (atrás dos panos pretos dos lados do palco), a ver os outros actores – esses sim, TODOS tão bem, MESMO!!!! E eu ali aflita com as minhas pequenas falas e a minha diminuta performance… E depois tão jovens e tão boa onda!!! A Carolina – Protagonista nas duas Peças, e o Paulo, e os Filipes - um deles o Avejão, é quem ia entrar comigo à "boca de cena" para os agradecimentos! É, é verdade também há agradecimentos... E palmas... Eu não merecia…
Tal como não merecia tanto aplauso quando saí dos camarins e me dirigi à entrada, e vejo aquela recepção toda… O sorriso dos meus Pais… O abraço das minhas Avós, os meus amigos mais queridos, todos ali! (ou quase-quase todos)…
E o Girassol que a minha Tia levou…
Olhem, só vos digo: todas as tremuras me passaram das mãos e pernas para os lábios, porque eu já não sabia como sorrir mais.

09 outubro, 2006

Amadora

Eu era a Meretriz... Mas foi só um papel – uma curta participação no Auto da barca do Inferno de Gil Vicente – a 1ª (e única) vez que fiz teatro. Foi no secundário e eu teria uns 12 ou 13 anos, e só os alunos e professores da escola é que assistiram. E adorei.
Desde sempre tive um bichinho que me dizia que devia pelo menos experimentar.
Assim, desde há um ano para cá venho pensando nisso… Era para amanhã, para o outro mês, para depois das férias, para o início do Ano… Enfim, fui adiando sempre.
Mas na semana passada, decidi que ia averiguar, apalpar terreno como se diz.
Procurei procurei procurei, mas só vi coisas profissionais, que não era de todo o que me interessava. Queria algo para desanuviar, na tanga, para fazer algo de novo, de divertido que me ocupasse um pouco o tempo livre, queria conhecer gente e claro, experimentar fazer teatro. Amador!!
Isto levou a que acabasse por procurar Associações recreativas, culturais e afins na minha área de residência.
Pasmei quando vi a quantidade de Associações que existiam só naquele Conselho, e mais pasma fiquei quando vi o número de Sociedades Columbófilas (Jazuze!!! Para quê tanto Pombo???? E cadê eles??)………
Bom, acabei por ir parar a uma associação lá ao pé de casa que tinha um encenador que só fazia Revista! Lá fui ver, e apreciar. Era “ajeitadinha”, tinha condições, um mini Teatro, com um belo palco e uma plateia e tudo nas traseiras da associação, “profissionais” do som e das luzes, figurinistas e encenador e tudo! Muita gente (cerca de 43 pessoas em palco), eram jovens e adultos com um fosso de idades entre os 20 e poucos e os 40 e muitos (eu estava portanto no meio do buraco…), mas meus caros: aquilo era mesmo brejeiro do mais pobre que há… Uma peçazinha em exibição há 1 ano e meio e para continuar (disse-me o Sr. Presidente, que «bem queremos acabar com esta, mas são tantas as solicitações…»), depois as rapariguinhas de 18 aninhos a cantarem, nem comento. E a dançarem? Só visto. Mas mais, a peça era sobre o S. João, e ainda anda em cena???? Sempre? Durante mais de 18 meses?!!
O Sr. Presidente disse-me que eu tinha mais que jeito, e que apesar de eu preferir o Teatro clássico à Revista, era uma questão de entrar e aí… E jeito? Oh: Eu tinha «mais que jeito! Via-se!» (eu que nem me levantei da cadeira…)
Bom, não era o que tinha em mente e então lá meti a procurar outras associações. Fui parar a uma outra em que o SER que a dirigia, me deu literalmente a volta por telefone, porque quando falamos fiquei não só com a nítida sensação de que ia fazer parte de um projecto a iniciar, como com a alegria de que estava já seleccionada para os testes de voz e leitura a realizarem-se na 2ª feira a seguir.
Meus amigos: que FIASCO!!! Começou logo pelo local - e ainda bem que levei 2 amigos comigo para me darem força... Mal saímos do carro senti dezenas de olhos a nos mirarem, que no café da Associação se refastelavam a ver a novela; o sitio não era de facto aprazível, mas metemos a 1ª impressão para dentro da gaveta e seguimos em frente, mas já estava quase que arrependida de me ter metido naquilo - num Bairro (literalmente e, não no sentido pejorativo mas sim na fealdade que de facto a maioria tem), e que não era sequer o meu… Mal habituada estava eu a estes hábitos de recreação…
Mas depois aquele Senhor, que já representava há 2 anos e que além de ser o Presidente iria ser também o protagonista principal e encenador – era na verdade um SER (!), que mais mal que bem, tinha vontade de levar aquilo avante, mas valha-nos Deus, até eu que nunca participei em nada destas coisas, fiz melhor papel que ele.
Primeiro, foi o facto de me dizer que já estava tudo preparado, mas das supostas 9 personagens –“só faltava o meu papel de mulher do presidente da Junta”, não fora eu levar comigo 2 pesoas (que me iam apoiar simplesmente), só existiam 4 "actores"… Depois foi a entrega dos papeis - mesmo aos meus amigos, que NÃO queriam participar; depois foi a leitura, onde todos leram razoavelmente bem, menos o SER, que boa vontade ele tinha, mas jeito… Enfim.
Saímos dali com a marcação de novo ensaio para a 4ª seguinte, mas logo decidimos que aquilo não ia dar em nada, apesar da peça ser uma comédia, básica mas muito engraçada e de até mesmo nós já termos os papeis quase interiorizados…
Lá liguei no dia seguinte a comunicar a desistência e a desejar Boa Sorte.
Fiquei tristinha. Confesso. Queria mesmo começar logo a participar, de modo que procurar associações com experiência dramática iria significar que as peças já estariam a rolar, pelo que os “Castings” estariam mais que feitos…
Meio desanimada, encontrei uma associação numa Freguesia próxima, mas que só aceitava inscrições em Janeiro e foi assim que, mais por descargo de consciência que por esperança, me dirigi à minha última hipotese.
Na mesma freguesia, existia o Grupo Dramático amador com maior expressão e tradição no distrito do Porto, mas “era óbvio, que não me vão aceitar assim, sem mais nem menos a meio de duas peças que já estão a decorrer. Eu que nem sou da Freguesia!...”
MAS... Mas! há sempre um mas.
Caí lá no preciso momento de um ensaio, onde uma das “actrizes” se tinha visto obrigada a sair por motivos profissionais há dias e, estavam mesmo a precisar de alguém para o papel de Criada Antónia, na Peça “O Avejão” do Raul Brandão.
É lógico que o meu, é um papel menor, com poucas deixas, mas há que começar passo a passo. E além do mais, aquilo sim, era uma coisa “à séria” e com tudo novo – Palco decente e grande plateia, camarins, sala de ensaios, cenários, guarda-roupa, som, luzes e Acção!!! Estava maravilhada.
O Encenador – na verdadeira acepção da palavra, pareceu-me de facto um encenador (também, com 33 anos de experiência e tamanho curriculum, só poderia), se calhar por aflição mediante a proximidade da estreia, ou porque achou que eu era uma “Amadora – aquela que ama o teatro”, me ofereceu o papel.
E agora? Agora assim, do pé para a mão, quando menos esperei, e quanto mais imaginei que «naquela "Associação Mais-Mais", eu não vou conseguir entrar» – Zás:
- Dia 27 vou servir cafés, ao vivo e a cores.

22 setembro, 2006

Grafologia

Quando comecei a estudar Psicologia, interessei-me muitíssimo por este assunto, mas não sei bem porquê, acabei por nunca fazer o dito Workshop...
Há dias passaram-me este teste, que eu reencaminhei para outras pessoas e eis, que agora me lançaram o "desafio" de expor aqui os resultados.
Ei-los então. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaa




A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. (Mas que grande verdade! Quase todos se queixam e normalmente à 1ª vista as pessoas não vão muito com a minha cara – bem, no trabalho então…)
A ligação de sua letra revela grande capacidade de raciocínio lógico e uma supervalorização de sua própria capacidade (Pois… Também me costumam dizer que eu às vezes sou um bocadinho convencida…)
A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas cotidianas (Antes de mais, é Quotidianas e não cotidianas. E posto isto, acho que está tudo dito, quanto às minhas “exigências”).
A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio (Bem… às vezes. Às vezes. Sempre me disseram que os Peixes são tudo menos estáveis. Mas muitas vezes sou-o. Principalmente no que concerne aos meus princípios e valores. Mas tudo muda, e o meu ascendente, é em Gémeos...)
As áreas valorizadas na sua escrita destacam controle emocional, tolerância, um certo imediatismo e tendência ao comodismo (Ai a acomodação, a habituação, a preguiça – Sim, sim! Agora o controle emocional – Falso. Não tenho esse controle, o meu coração salta, a ansiedade instala-se, e o meu cérebro só pensa no mesmo o tempo todo.)
A forma de sua letra demonstra sinceridade, capacidade de adaptação, espontaneidade; sensualidade. (Quanto às 3 primeiras observações - Correctooo – como diria o Markl! Quanto à Sensualidade, vou abster-me de comentar, por motivos óbvios :)


http://istoe.terra.com.br/istoedinamica/testes/grafologia/index.asp

11 setembro, 2006

Há 5 anos

Nem de propósito, coincidência suponho eu, ontem vi o "Voo 93".
Não há grande coisa a dizer.
Ver, aliás aperceber-me (novamente), da crueldade do destino daquelas pessoas que iam num avião, que sabiam que iam morrer, as chamadas telefónicas que fizeram... É demasiadamente Mau, Assustador.
Já fui aos EUA duas vezes, mas nunca estive em NY.
Já visitei A Casa Branca, mas essa não chegou a ser "atacada".
Há 5 anos, cheguei (atrasada) ao meu local de trabalho depois de um bom almoço.
Reinava um silêncio no piso inteiro e eu não entendia onde estava toda a gente.
Da sala de reuniões ouvi o som da televisão e corri. Ainda de casaco na mão e carteira ao ombro entrei na sala com ar inquiridor.
Nem uma palavra.
Todos estavam pálidos a olhar para as notícias - Comerciais, Assistentes, Directores, Empregados limpeza e Seguranças...
Olhei e vi um prédio em chamas. Não deu tempo para perguntar nada,
porque logo um Avião se espeta contra o outro prédio.
Nesse dia não "se trabalhou" mais.
Neste dia só devo ter presente que a Fé salva muita gente, mas que a mesma Fé às vezes é tão grande ou tão pequena, que distorce tudo e leva muito boa gente a maus destinos...
Como é possível? Como? Pessoas que se agarram a Deus/Alá - ou seja lá o nome monoteísta que lhe dêem, e acharem (mesmo) que aquilo é vontade divina?
Tão grande a crença, que não só fazem mal a outros, como acabam com as suas próprias vidas, conscientemente.
O que aconteceu ali foi HORRÍVEL, INCONCEBÍVEL, PERVERSO e muito muito TRISTE.

04 setembro, 2006

Férias na Tunísia

Chegamos à Tunísia num fim de tarde quente apesar da enorme névoa que cobria Monastir.Tínhamos os dedos cruzados para que não nos dessem os dias de praia em Tunis, mas até parecia estar a correr bem, porque afinal, nem em Monastir íamos ficar os tais dias, mas antes em Hammamet, que pelo que tínhamos lido, seria a melhor parte.Fixe!Mas eis que surge o representante da Marmara (operador turístico, que nos pôs lá), um Sr. Árabe, chamado Salem, que apesar dos seus 50 e tal anos, era de uma falta de educação, arrogância e incompetência, que nem no “É so fachada” de há 2 posts atrás, eu vi.Este Sr. nem sequer me tentou ouvir, quanto mais se dignou a dar-me explicações, quanto ao facto de nos ter trocado as voltas e nos ter metido a visita ao deserto, no inicio da viagem e o descanso da praia no fim, quanto mais esclarecer o motivo de nos retirarem um dia ao Deserto e o acrescentarem novamente à praia, mas no final – para ser diferente…Bom, com este início de relato, parece que vou expor as fracas e tristes férias que tive… Mas não. Este início tinha de existir, porque é um relato verídico e mais a mais, acabou por ser insignificante no meio de outros episódios incríveis!Apesar de tudo o que possa ter acontecido de menos bom, a Tunísia é um País fantástico, e as férias foram mesmo muito boas!Quando saímos do Resort de Hammamet já com um bom bronze, para iniciarmos a visita ao deserto, não nos passou pela cabeça o que íamos ver, viver e sofrer… Sim, porque levar com 48º C não é pêra doce. Este mero facto, óbvio para quem sabe que vai para o deserto do Sahara, parece básico, mas na minha linda cabecinha não chegou a passar ao ponto de me amedrontar - não fosse eu uma das pessoas mais friorentas que conheço, e talvez por isso, o 1º dia fosse de longe o que mais me “matou”. Estávamos em Kaiouran a visitar as primeiras ruínas, mas eu só queria sombra, só queria água, só queria uma brisa.Lembro-me de olhar para a Guia e pensar, que se lixe o que ela está para ali a dizer em Francês…. Nem conseguia ouvir quanto mais raciocinar… passei o tempo todo a andar pelas ruínas atrás da sombra das despidas árvores…Voltar à camioneta, pareceu um paraíso, mas em menos de 30 minutos, já eu escorria (literalmente), água pelas costas, pelas pernas, pelo peito, pelos braços… Um sufoco.Viajar pelo deserto, só mesmo de 4x4, ou num grande carro. A camioneta, não refrescava o ar o suficiente, não tinha espaço para as pernas, porque todos tínhamos garrafas de água nas costas do banco da frente. As cortinas escaldavam, as paredes escaldavam, o simples toque enervava… Bom, aquele 1º dia foi um suplício...Mas ao fim do dia já estávamos a entrar na onda, e quando chegamos ao hotel em Douze e vimos uma piscina à sombra, nem queríamos acreditar, pesasse embora o facto de estar repleta de gente, e o calor também sair do chão - que às 9 da noite queimava, e seguramente estariam mais de 35 ºC quando à 00:30 saímos da esplanada para o quarto… Os dias seguintes, foram bem mais apelativos. Andamos de 4x4 nas dunas do deserto, vimos Oásis de perder a respiração, mergulhamos em água puras de fontes nascidas no meio do NADA. Depois Tozeur: Vimos o povo Berbere. Vimos onde viviam, como sobreviviam… Vimos Casas Trogloditas, esculpidas artisticamente nas rochas do deserto. Ouvimos cantares estridentes (verdadeiramente: é imperceptível, como aquelas mulheres soltam aqueles sons com a língua…), e provamos do seu pequeno almoço.Vimos a Hollywood de Matmata (as mesmas letras mas montanhas rochosas do Deserto), onde foram filmados a Guerra das Estrelas e o Paciente Inglês…Observamos atentamente os lagos salgados e dormimos num Hotel, inacreditavelmente belo e fresco bem no meio do deserto, que olhando do exterior mais parecia uma taberna foleira, mas lá entrando UAU: Eram paredes e pilares em mármore, quartos trogloditas iguais aos que víramos antes, uma piscina fantástica debaixo daquele céu estrelado (mesmo), e aind aum Bar com café expresso do bom!!!O Cansaço acumulado de todos os dias nos levantarmos perto das 6:30, e de dormirmos por noite não mais de 5 horitas, não impediu de que aproveitássemos tudo-tudo-tudo, menos a alimentação (que no deserto foi de facto má).No último dia acabamos no imponente El Jem – o Coliseu em ruínas, e de facto (para mim que nunca estive em Roma), aquilo po~e-nos em sentido e chega quase a meter medo…Lá voltamos a Hammamet, para completarmos “o resto” da Túnisia, com as excursões a Tunis, Cartago e Sidi Bou Said. Pena ter sido tudo tão rápido, porque só em Tunis ficaria à vontade uns 3 dias – não posso mencionar como me senti louca com tanta coisa linda e de como me apeteceu comprar tudo, ver tudo... E a beleza de Cartago com as suas ruínas e aquele cidade indescritível de Sidi Bou Saíd – património mundial da Unesco, linda que só visto, toda de Azul e Branco, com o Mediterrâneo ali a banhar-nos num tom azul turquesa…
Se voltar aquele País, terminarei as férias lá depois de concerteza ficar uns dias em Tunis, e efectuar uma visita à Ilha de Djerba (que foi o que nos faltou).E foi precisamente neste último dia de viagem, que pela 1ª vez na vida tive vergonha de ser Portuguesa, tive pena de constatar que muitas das coisas más que nos atribuem, não são gratuitas, são legítimas. Foi ali que admiti, que se calhar a imagem que deixamos aos outros quando estamos fora de casa, é má, feia, grosseira e apenas interessante, enquanto facto incompreensível de má educação e falta de civismo… Não que isto aconteça só com Portugueses, ou direi “Tugas”, mas de facto, a mim o que me importa é o que é meu, e Portugal é o meu País de coração, de orgulho e nariz erguido, mas ter de ver o quão grotesco e feio e porco e mau, o nosso povinho é… Jesus. E Pior, quando me apercebo que daquela gentinha que tivemos a infelicidade de apanhar, 90% eram Nortenhos mais triste fico.Aliás, acho que essa é mesmo a palavra que me faltou, para descrever como me senti, ao partilhar a mesma Terra Natal: Tristeza.Foi nesta última excursão que um grupinho decidiu abandonar a pulseirinha T.I. do Resort em Hammamet e ir conhecer qualquer coisinha… Mas pareceu não saberem para onde iam, porque um casal com uma menina de 2 anos, se meteu de carrinho de bebé nas vielas da Medina de Tunis – onde nem em parelha se conseguia andar, e claro, como ignoraram as intermináveis tentativas da Guia de alertar para o Labirinto para onde nos dirigíamos, bem como a hora limite e o local do Ponto de encontro, se perderam… E estivemos mais de 2 horas à sua espera, porque apesar da Marmara (porcaria do operador turístico que organizou tudo) querer simplesmente sair dali, nós (e quando digo nós, não me refiro apenas ao restante grupo, mas também, e se calhar principalmente, a nós) insistimos em continuar a procura-los, coisa que não adiantou, porque os Tugas que se perderam, levaram junto na demanda, os Pais/Sogros, e no meio disto, já não estavam apenas 2 pessoas e um bebé perdidos na Medina de Tunis há 120 minutos, mas sim 5, porque entretanto houve um miudo do dito Grupinho que também foi na corrente - miúdo esse que segundo os amigos alertaram, não falava língua alguma para além do Português, não tinha telemóvel, e não levava dinheiro… E quando questionei se ele não teria ido já pedir ajuda, a resposta de uma amiguinha foi que ele não tinha cabecinha para se desenrascar… Mas afinal até foi ele, quem “os salvou”, porque não só se desenrascava melhor que eu com o Francês (apesar que também não é preciso muito, considerando o meu elevado nível de domínio daquela língua), como impediu os ditos perdidos de seguirem viagem por sua conta: Tinham tido uma ideia – queriam ir indo de comboio para Cartago (como se Cartago, fosse um café, ou uma esquina, onde todos nos íamos encontrar…)!!!Depois foi também naquele dia, que ouvi mais palavrões por minuto e por metro quadrado, começados por F e por C, e também frases lindas como PQP e afins (“ Porque a gente lá no Norte fala mal Caral…!!!”) … Foi também naquela linda tarde que vi seres humanos berrarem em Português para uma pessoa que só falava Árabe e Francês, que queriam mais tempo para comer, e menos para ver o Museu do Bardo (que só tem a maior e mais antiga colecção de Mosaicos do MUNDO), mas como a Guia não parecia não compreender – Vá-se lá saber porquê(!!!), tentaram faze-la perceber por gestos…Também foi na noite desse mesmo dia, que uma menina muito bem educada fez um escândalo no hall do hotel, oferecendo inclusive porrada – de cara e peito bem esticados, enquanto um dos seguranças lhe segurava os bracinhos, porque julgou que assim lhe resolviam o problema das compras molhadas com a água que caiu do Ar condicionado na bagageira do Bus.Mas pronto, à noite já não precisávamos de estar com eles (nem eles queriam estar connosco, porque quando passavam por nós murmuravam algo como “Que chiques!” e davam risadinhas), e o Hotel era grande, e sempre podíamos ir à rua, só nós, fumar uma Chicha (ou será Xixa?) , na paz do nosso sossego ignorando que há Portugueses assim, e nunca mais precisávamos de os ver sequer… Mas não: - para terminar a viagem em beleza, no dia seguinte já no aeroporto, ouviram-se berros, assobios e policias de cacetete na mão a discutirem em Árabe, com ar muito sério. Fomos ver. Quem era? Os Tugas!!! Viva!!! Tudo porque um casal dos seu sessenta e muitos, puxou de Galões alegando serem professores catedráticos, e furaram a fila do check in…Mais? Mais não houve. Graças a Deus.A não ser as palmas quando o avião aterrou em Lisboa…

03 agosto, 2006

Só escapo eu?

Tinha que escrever algo acerca das relações Amorosas/conjugais e demais…
Porquê?
Porque acabei de ler um Post da Sílvia a falar disto mesmo e o meu comentário foi tão “conclusivo”, que fiquei pasma olhar para o que eu mesma escrevi…
É que numa altura em que toda a gente à minha volta se separa, há que por isto por escrito, a ver se me entendo…
Parece que só escapo eu, e é porque estou sozinha! 2006 parece estar, para o meu rol de relações, recheado destas coisas…
Começou logo em Janeiro com uma Prima minha, depois de 6 anos de casamento mais 10 de namoro. Não entendi, ninguém entendeu, para mim eram o casal perfeito…
E de repente da noite para o dia (para nós que estávamos de fora), surge a separação.

Em Março uma grande amiga separa-se do namorado com quem vivia há mais de 2 anos. Motivos? Nada de especial, falta de partilha, afastamento. Perguntou-se se existia mais alguém, mas não… simplesmente acabou.
Há 3 semanas foi a vez do meu irmão – apanhei outro choque: 7 anos de namoro, casa junta há 2 anos… O meu irmão, nunca deu indícios de nada e zás.
And last but not the least, 6ª feira foi a vez de uns amigos meus… 16 anos juntos e já partilhavam casa há 7... O que aconteceu? Nada. Falta de comunicação e à 1ª frase, “se não tens nada para me dizer, podes sair”, a porta abriu-se.
Agora digam-me:
- Há aí algum virus?
- É da casta de nascimentos da época de ’70?
- É um problema do rol das minhas relações?
- É uma questão Nacional? Mundial?
- O quê???
O que é que se passa?
De facto só dá para concluir que, como diz o meu Chefe, hoje ninguém está para se chatear e, à mínima cena - tau!
Segundo ele, dantes as pessoas casavam-se porque queriam “dar umas” legalmente, e na altura sem esta situação permissiva de relacionamentos, há que nos mudarmos e comprarmos casa para casar. Os filhos eram uma consequência quase inevitável, e vinham também no seguimento de alguma falta de informação a nível de planeamento familiar.
Agora o porquê do que se passa hoje?
É que hoje toda a gente – da nossa geração pelo menos, tem acesso a tudo, todos tempos carro, instrução, trabalho, telemóveis, férias e viagens. Saímos com que queremos, à hora que queremos, para onde bem nos apetecer e, se não quisermos ir tudo bem na mesma. É tudo muito mais fácil – isso é indiscutível.
Mas não somos felizes, queremos mais.
E então achamos que podemos ir buscar a outro sitio, é tão fácil, não é?
Mas e então? Para onde quer que eu olhe, as pessoas da minha idade têm depressões e esgotamentos. Porquê? Porque é que são infelizes, ou insatisfeitas? Afinal temos tudo… E eu por mim falo!
Estou/estamos à espera do quê?
Não entendo.
Mas vou ter de me resignar à derradeira frase do meu Chefe: Ou me habituo a isto e a ter/viver relações factuais que podem acabar em meses ou anos, ou então estarei desfasada da vida de hoje.
A questão vem no seguimento também, de um Post que lancei há uns meses: o keep it simple. Este é o cerne da questão - Nós? Pessoas como nós, jamais seremos simples…

E ver que no meio de tudo isto, andei eu a pensar que na minha família eu era a única "sem par" - e isto quer queiramos ou não, mexe connsoco: é nos casamentos, é no Natal, e lá estava eu sozinha, mas sempre na boa... Dos amigos também eu era das poucas sozinhas ( e o mais incrivel é que os ´"sem Par" foram sempre mulheres, não homens - esses estavam "todos" tomados), e a minha Mãe a dizer-me que tinha de me virar para outras amizades e outras bandas...
Pois agora da família, os "sem par" já são 3, e dos amigos mais chegados, os "sem par", já são mais de 10...
Posto isto, qual é o Moral da História?

Não sei. Aliás, fico mais ou menos na mesma, porque voltando ao real das coisas que se passam à minha volta vejo que o mais incrível, o facto real, é que todas estas relações acabaram por vontade d'ELES...
Que pensar?
Mas dá que pensar, não dá?

21 julho, 2006

É só fachada

(...) Abertura de uma cervejaria muito-muito no centro da Invicta. Casa antiga recuperada, bem ao pé de inúmeras Empresas que albergam diariamente centenas de colaboradores ávidos por uma hora (pelo menos) de descanso e satisfação alimentícia.
Distribuem-se cartões-convite de apresentação, estampa-se no dito papel que o estabelecimento oferece a bebida aquando da 1ª refeição, e depois faz-se isto chegar às mãos dos supostos clientes. O nome igualmente bem conseguido: Shakesbeer - Esta gente sabe o que faz!
Ora, quando a isto se junta o verdadeiro "disfruti", melhor ainda: Ele é uma fachada fantástica, esplanada à frente e atrás, uma decoração interior e exterior muito boa, empregados com bom aspecto e de roupa muito In, pratos convidativos, enfim... Tudo o que, com este bom tempo e no meio do horário laboral, automaticamente faz o Tuga correr de imediato.
Dias após a inauguração 2 colegas vão experimentar: "Uau! Que giro, que bom gosto, que investimento" no mínimo uns 200.000...
Mas, de repente, começa a saga: Menu que é bom - tá quieto! Apresentação dos pratos, saladas, sopas e sobremesas - tá quieto! Rapidez no atendimento (que é obrigatória nestes sítios à hora de almoço) - tá quieto!
Bem, lá se aceita a sugestão, sem se saber de preços nem de nada, e almoça-se razoavelmente,
mas espera-se muito e essa espera é demasiada.
Começam a surgir reclamações, pessoas a sair zangadas, empregados que esbracejam, dando ao cliente o mote: "o cliente nem sempre tem razão, mas nós temos sempre", e enfim, lá alguém vem alertar que há confusão, porque falhou a luz e...
Para pagar foi um suplicio tal a demora e falta de pagamento com cartão...Mas qual é o nº da vossa mesa ? (sim, porque aqueles dois clientes tinham obrigação de o saber)... Igual sofrimento foi com a conta: que contava apenas com 1 prato (não era dose, nem meia dose), uma água e um café, e que rondou os 3 Contos de Reis!!!
Chegados ao local de trabalho e comentam o sucedido e eis que logo surgem mais más experiências: um casal vai lá almoçar pela 1ª vez e aquando do pagamento mostra o tal cartão onde dizem que é oferecida a bebida: "Ah... Mas sabe, isso é só na 2ª visita..." Alegaram publicidade enganosa, mas de nada adiantou. Pagaram e não piaram. Mas pior: uma outra colega vai ver com os próprios olhos e não acredita que um sitio assim tão agradável, possa ser como ouviu: Exagero, concerteza. Era sexta feira e ocorreu-lhe que giro era festejar lá o aniversário do Pai. Explica a situação a alguém da Gerência indicado para as reservas, dá-lhes a dica que o Pai já tem alguma idade, que gostava que corresse tudo bem, blablabla... Faz reserva - dá nome e contacto, escolhe o prato e tudo! Mas chegado o Domingo... tãtãtã: Sabem o que aconteceu?
Correu tudo bem!!!
Sabem porquê? Porque foram almoçar a outro lado! É que a Shakesbeer estava fechada...
É só fachada, é o que eu digo...

07 julho, 2006

Esqueletos no armário e macaquinhos no sótão

Ninguém me perguntou nem me pediu nada, mas se querem a minha opinião, mais vale não guardar esqueletos no armário. A conversar é a que a gente se entende - nem que seja connosco mesmos. Aliás, pelo menos isso.
Não devemos guardar mágoas nem rancores, e muito menos mal entendidos.
Muito menos isso.
A falta de comunicação é no que dá.
E podem crer que as relações humanas são do mais complicado que existe.
E todos nós temos esqueletos nos armários e macaquinhos no sótão...
Então eu...
Podem não acreditar, mas ainda ontem, estive a retirar um esqueleto do meu armário.
Fui à garagem buscar o saco onde estavam as memórias de um antigo namorado - com o qual acabei há 11 anos!!!!

Queimei fotografias – literalmente, num cinzeiro que acabou por partir (sim, sim, foi tipo melodrama Sul Americano, mas não houve quaisquer lágrimas :)
Aliás, lá saltar o coração saltou, mas foi quando me levantei de impulso, porque pensei que o cinzeiro de vidro ia explodir e atingir-me e, que ainda por cima ia queimar o chão da varanda - o que por acaso acabou por acontecer - o chão queimado, não o resto.
Bom, depois assim que revi todas as ceninhas estúpidas que guardei, fui a correr às 11 da noite para o contentor do lixo…
E mais, pus num saco as prendas boas para dar a alguém e, até juntei um sobretudo que eu adorava e que foi a Mãe dele quem mo ofereceu na altura...
Enquanto fazia isto, só pensava nos meus 17 anos, quando namorei a sério pela 1ª vez, e de quando acabamos, a minha melhor amiga – meu ídolo em questões amorosas, me dizer:

- "Rasga! Deita tudo fora. Assim é melhor e já não ficas agarrada a isso.”
Na altura fi-lo de imediato, mas porque ela estava ali a olhar para mim, e eu a olhar para ela e a ver que ela tinha razão. Fi-lo, mas só me apeteceu não ter de o fazer.
Bom, a verdade é que mal não me fez, antes pelo contrário. A vida continuou e até se encarregou de nos levar ao encontro um do outro de novo, 7 anos mais tarde…
Então pensei: “se o fiz na altura, porque não arranjei coragem antes de hoje para o fazer com este outro? Só porque foi uma coisa mais madura? Mais séria? Mais longa? Nã! Há que acabar com isso.” E foi assim.
E tudo isto começou, porque a minha Mãe me dizia que não entendia como eu ainda tinha o “raio do casaco”… Bom, a verdade é que é muito giro e todos os Invernos o usei… Ou seja, pelo menos aquilo tinha tido uso. Mas volta e meia ela lá vinha com a história do sobretudo... E mal ou bem, eu sempre soube que ela tinha razão… Mas era tão giro… Agora, o pior não era o sobretudo – verdade??? Eram as coisinhas todas que “escondi” na garagem, longe da vista, mas ali bem à mão…
Ontem quando lhe disse o que finalmente pretendia fazer, sorriu e disse-me: "até vais rejuvenescer 10 anos quando te livrares daquilo!" (e acho que ela nem sonha que eu guardei o resto...) Está feito. menos um esqueleto. E ainda há a possibilidade de rejuvenescer 10 anos!!!
Bem, também não é que isto seja um feito extraordinário. Não é que andasse presa a esta acabada e enterrada relação, mas porque é que guardei aquelas tretas? PARA QUÊ?
Até porque depois dele, já me apaixonei perdidamente umas 3 ou 4 vezes e até cheguei achar que tinha encontrado “At last” o Homem da minha vida - mas não...
A cena é que eu sou muito assim, de recuerdos - dramas melosos com frases do género: Ai-um-dia-vou-rever-isto-e-não-sei-o-quê...”
Enfim…

Fi-lo ontem, já o deveria ter feito antes, mas ontem à noite disse "chega de medos" - era ridículo continuar a manter as coisas como estavam…
Agora podem perguntar-me, se me sinto melhor, ou menos pesada? Ou mais leve, ou mais esperançada? Não! De facto, não.
Mas sinto pelo menos que já não será por ainda "ter" aquilo tudo agarrado a mim, que as coisas possam não andar para a frente comigo.
You know...

26 junho, 2006

A de amizade

Já tive tantos amigos, que adorei, que adoro, e que não estimei ao ponto de os manter…
Já tive tantos supostos amigos, que estimei demais ao ponto de concluir que deveriam ir…
Já tive tantos amigos que perdi e que recuperei. Verdade!
E já outros tive que fiz, conquistei e mantive, ao ponto de os ter ainda, volvidos que estão 10, 12, 15, 17 anos…
Hoje reconquistei uma amizade que julguei perdida. Perdia por mim. Mea culpa.
Só por isto, só por isto, ganhei o meu dia, a semana e quem sabe quanto mais.
O problema é o do costume, exijo demasiadamente a entrega do outro, e tal como eu me entrego – como em tudo na minha vida, não espero nada menos do lado de lá.
O problema maior é o do costume também: a falta de comunicação. O supor que supus que o outro supõe… e depois está tudo errado, tudo trocado…
O menor problema, é que apesar de ser muito orgulhosa, não o sou ao ponto de guardar rancor seja do que for, seja por quem for… Pelo menos numa fase posterior ao acontecimento… Isto já fez com que eu procurasse arrependimento num acto meu egoísta e despreocupado. Isto também já fez com que eu perdoasse uma má atitude, considerando que não passava de “uma questão de atitude” e retomasse a amizade.
E isto até já fez com que eu engolisse um boi, para reconquistar a amizade de uma Paixão surgida entre amigos que a estragou e, que a Paixão em nada deu e, fosse eu (sou sempre eu, acho eu…) a dar o 1º passo e pôr tudo em partos limpos.
O Moral da história, é o de sempre também: Falar, ouvir, criticar, aceitar e escutar o coração. Se ele nos pede uma oportunidade, ir atrás é o melhor caminho para andar em frente.
A verdade, é que sempre perdi amores, sempre perdi amigos, mas a mágoa de uma amizade fere mais fundo que a de um amor. Sabem porquê?
Porque sem amor podemos não ser ninguém, mas sem amigos, não há amor que nos console!
(espero lembrar-me disto numa próxima, sim, porque há sempre uma próxima vez…)

19 junho, 2006

Botar p'ra fora

Pensei que devia escrever qualquer coisa – mais que uma vontade latente, é algo que me faz bem. Mas depois indaguei-me acerca do que deveria escrever. Devo escrever algo que as pessoas gostem e queiram ler.
E lá vêm os “deverias”… As regras rígidas e inflexíveis que teimo em não quebrar…
A verdade é que não tenho nada acerca do que escrever, porque neste últimos tempos não tenho tido grandes coisas na minha vida.
Sinto actualmente, erradamente já sei, que ando aqui quase que como por andar… Ainda não descobri o meu lugar aqui, ou então já percebi que é um mero lugar como o de tantos outros e como queria mais, sinto-me insatisfeita.
É isso.
Sempre pensei que com esta idade já estaria com a vida minimamente delineada, provavelmente casada, ou pelo menos acompanhada, que teria filhos, etc…
Não tenho companhia, mas companhia mesmo, há tanto já, que me sinto a anos luz de estar casada ou verdadeiramente acompanhada.
Os anos passam e com eles a nossa capacidade (das mulheres), em gerar uma vida vai diminuindo cada vez mais, enquanto o risco de uma gravidez complicada, aumenta cada vez mais – pelo menos no caso de um 1º filho.
Tenho a minha casa própria, mas olho para ela e penso que gostava era de a ter cheia e como lá estou sozinha, passo a vida a “fugir” para a casa dos meus Pais.
Tenho o meu carro, mas a gasolina está tão cara que passo a vida a andar de Metro.
Tenho montes de amigos, e vários são AMIGOS mesmo, mas aborreço-os com estas minhas crises existenciais e é como se já não tivéssemos mais que dar uns aos outros. E cansamo-nos uns dos outros e a vontade é de conhecer mais gente, mas sabendo sempre que temos ali o nosso porto seguro.
E faço parte de uma família tão unida, tão feliz, que só me faz pena ver que com a minha idade os meus Pais já tinham 2 filhos quase adolescentes e a sua vida mais que traçada, e eu népia… Consumo-me porque gostava de cumprir com os desejos sinceros e desesperantes da minha Mãe que só queria um neto (ao ponto de já me ter dito, que mais valia eu ter engravidado do meu ultimo namoro e apesar de já não estarmos juntos, me disse: “olha, a criança já estava nascida meio-criada”… a Minha Mãe, que eu saiba não sabe se sou virgem ou não (…)
E o meu Pai… O meu Pai provavelmente olha para mim e não entende também, mas como é homem, desvaloriza o que nós (sobre)valorizamos. Ou não, ou não.
E isto assim continua…
(bem isto já me está a soar a novela rasca venezuelana, até parece que a minha vida é uma tristeza só…)
Depois penso que devia ler mais, ler livros melhores e meditar. Mas disse: BASTA. Estou cheia de pensar. O meu mal é pensar demais, até porque 90% das vezes penso mal, tiro ilações erradas e concluo coisas estúpidas). E mais a mais: que mal têm os livros “light”?

E o que é isso de livros light? Para dureza já nos basta a vida (lá está: falo como se a minha vida fosse uma dureza…), e há é que ler coisas bem dispostas, ou leves, ou verdadeiras, ou tão práticas que poderiam ser reais, tão reais que poderia ser eu a escreve-las.
A estupidez maior é que não sei porque me encontro assim agora.
Está tudo igual na minha vida. Graças a Deus tenho trabalho, tenho perspectivas, tenho saúde, tenho amigos, e até tenho carinha, corpinho e gostinho e algumas viagens na mala, então porquê agora este desânimo?
A coisa é mesmo essa: desânimo, como se não soubesse o que ando aqui a fazer, o que quero da vida e o motivo de tanta insegurança em relação ao meu futuro, como se me sentisse impotente perante tanto mundo, tanta coisa a fazer e nada me motivasse.
É estranho mas é como se eu andasse ansiosa pela minha vida… Faz sentido?
Só espero que isto seja uma fase que passe depressa, porque eu quero mais é “ganas de viver”!

( E não é que me fez bem escrever? Até já me sinto pateta por tudo o que disse – pelo menos “botei” pra fora o que me ia aqui dentro!)

05 junho, 2006

LIN-DO!!! BO-NI-TO!!! DI-VI-NO!!!

03:00 da manhã de Sábado.
Uma das minhas amigas sentiu-se mal, tais eram os encontrões, calor e demais cheiros…
O espírito que tínhamos no inicio da tarde já não era o mesmo, a idade também já não é a de outros tempos, e lá acabamos por ceder às dores nas costas e sair com ela para longe da confusão.
A única vantagem de se estar longe da confusão é a possibilidade de termos uma ideia mais generalizada de tudo e todos, mas acho que foi o estarmos tão afastados do palco que levou a que a “pica” se fosse indo…
Depois de termos estado desde as 6 da tarde a curtir sons dispares – desde musica Brasileira, Portuguesa e Latina, o Sr. Pink Floyd – teve sabor a sono…
Jota Quest está um pouquinho afastado dos meus gostos pessoais, era muito calor aquela hora e nós estávamos famintos e sequiosos depois de 3 horas de viagem, quando o tempo que sobrou foi mesmo para mudar de roupa no Hotel - tal era a ânsia de chegarmos lá - “à cena”.
Quando chegamos ao recinto, fomos fazer a vistoria, e optamos por ir comer qualquer coisa à sombrinha e ficamo-nos pela visão dos ecrans e mexendo ao som longínquo mas ainda assim muito audível
Mas entretanto a sede já liquidada com o “Sagres Chop”, foi de corrermos para o concerto seguinte.
Conseguimos um sitio fantástico - não estávamos colados ao palco, mas estávamos suficientemente perto para vermos todos os músicos e dispensarmos os ecrans.
Eu amei Rui Veloso, sou muito patriota é verdade, mas não sou suspeita para falar, porque julgo conseguir separar as coisas.
Um artista TEM de se interiorizar com o público, tem de haver interacção, comunicação e isso aquele homem do Norte, tem para dar e vender. Ele estava passado com a quantidade de gente e ainda mais com o público que sabia, literalmente, de cor e salteado todas as letras. Abrir o concerto com o “Xico Fininho” foi fantástico e depois como tocou todos os demais hits…
O público era de todo o tipo, do meu lado direito uns putos queimavam um calhau e cantarolavam partes das letras enquanto se bamboleavam… Do meu lado esquerdo estava uma fulana dos seus 30 anos que chorava calmamente, em silêncio, com os olhos postos no palco…
Mas que é isto??? Como pode no mesmo sítios, sensações tão diferentes???
Fomos ainda mais para frente porque a seguir vinha Santana e não queríamos ninguém a chorar e, meus amigos, não há palavras para descrever o grande concerto que aqueles gajos deram! Aliás as palavras de ordem eram mesmo as de um cromo atrás de nós que só berrava monossílabos: LIN-DO!!!! BO-NI-TO!!! DI-VI-NO!!!
E tudo isto deixou-nos mesmo muito bem dispostos e alheios ao resto, tanto que quando vimos já eram 23:30 e nem nos apetecia sair para jantar. Mas a fome apertava.
Sair dali foi um erro grave, porque parecia que a maioria das pessoas foi lá para ver o Roger Waters.
Era TANTA gente, que foi impossível chegar depois perto do palco, e claro: tanta massa humana levou a que tivéssemos mesmo de passar ainda mais para trás.
Cá atrás o espectáculo era bem diferente. A quantidade de casais de meia idade que estavam simplesmente a delirar com aquele homem e aquelas músicas, levou-me a pensar que eu gostava muito de um dia ser/estar assim. Achei lindo ver pessoas de 60 e tais anos abraçadas, enamoradas, enroladas a dançar. Foi BO-NI-TO!
Era como se ali, naquele sítio, no meio de outros, as pessoas recuassem alguns anos, ao ponto de deitarem para trás tabus e beijarem-se novamente em público…
A meu ver, o melhor daquele homem “tão vedete - tão vedete”, que teve de fazer intervalo e nada falou connosco, foi mesmo as sensações que provocou nessas pessoas.
Claro que as grandes músicas, são sempre as grandes músicas, mas…
Não sei, foi muita balada para aquela hora da noite e a mim soou-me mais a Pink Lotion, e eu já estava tão “amaciada” que só me apeteceu sentar no chão e com os olhos fechados acabar aquela odisseia. Foi assim, completamente “rota” e já preparadinha para dormir que cheguei ao hotel ainda de cabeleira Rosa Chock na cabeça e depois de 4 horas de sono abri os olhos ainda com o “Maria mariaaaaa” na cabeça…

22 maio, 2006

Shoul i stay or should i go

Sempre me acusaram de jogar mais pelo seguro que pelo risco ou pela aventura.
É verdade. Assim sou.
Tenho receio de trocar o certo pelo incerto, mas isto é o que sinto, e não o que queria sentir, porque racionalmente discordo desta visão que tenho. Ou que julgo ter.
Numa altura em que, pelo menos cá, as coisas não estão fáceis a nenhum nível, e muito menos a nível de empregos penso sempre que sou afortunada e que devo é continuar a trabalhar e bem.
Mas depois vem o pensamento do costume, e se mudasse? Os convites vão surgindo, mas por receio de arriscar – como sempre, deixa-me muito indecisa, tão indecisa que acabo por não me decidir a arriscar e fico. Como estou. Nem mal nem bem, mas pelo menos não pior.
Este tipo de atitude não irá concerteza ajudar-me a evoluir.
Aí, lembro-me dos meus amigos que arriscaram, que apostaram tanto que até emigraram.
Suiça, Itália, EUA, Brasil, Alemanha…
Emigrar…
Quando venho de uma viagem, em cujo País ou cidade o meu coração ficou, como a Cidade Mindelo, como o Rio de Janeiro e ainda como Londres, penso que adoraria ir. Ir. Simplesmente bazar daqui e ver gente nova, crescer lá fora, para voltar depois. Sempre o regresso.
Não me imagino longe da minha terra por muito tempo.
Mas depois concluo que dificilmente o faria sozinha, aliás é mais que certo que não emigraria, muito menos sem alguém atrás…
Dos tais amigos que saíram de cá (9) apenas 3 já regressaram, o que quer dizer que se calhar valeu a pena… Mas também devo dizer que os outros que ficaram lá fora, ficaram também com uma aliança a alguém local, ou já saíram de cá com uma no dedo…
Lá está…
Julgo que ainda está no sangue Português emigrar, mas considero que hoje em dia, a nossa geração tem algum receio. É uma incongruência porque afinal agora arrisca-se muito menos.
Se calhar jogamos mais, mas apostamos menos, pensamos pequeno…
Na minha família não houve emigrações, não somos de uma linhagem de emigrantes.
Se calhar é isso. Mas o que queria dizer é que admiro quem o faz/fez e quem luta e não teme a mudança.
A minha Mãe costuma dizer: “quem muda Deus ajuda”, mas acabo sempre por dizer que é um alto risco. E não arrisco.
Estamos muito apegados ao emprego certinho, à casa que já temos, à família que nos acolhe, aos amigos que temos e não sabemos se faremos melhor noutro sitio.
Oiço diariamente histórias escandalosas de pessoas que perderam tudo. Trocaram de emprego e afinal o outro não deu. Revoltaram-se contra a Entidade Patronal e agora não se amanham em mais lado nenhum. Meteram uma baixa mais prolongada e agora népia.
Ainda em relação a quem arrisca mais e não só muda de emprego, como muda de País, recordo o sentimento que fica em quem fica… A dor de ter o filho lá fora, os netos, a incapacidade de matar as saudades nas férias e ainda a falta de compreensão por tamanho desapego à terra, à família, faz com que as pressões surjam e de repente os telefonemas viram discussão e os reencontros trazem muitas lágrimas.
Mas e para quem vai? É nisto que eu penso.
Claro que cá todos sentem a falta, mas não será que lá fora estas saudades não são maiores ainda? Viver numa cidade diferente da nossa, trabalhar em sítios que domina uma língua que se calhar não dominamos, adaptarmo-nos ao clima menos temperado, a mentalidades diferentes… Honestamente a estes, a minha vénia e os votos de que não desistam daquilo por que lutam, mas já agora o desejo de que regressem depressa que as saudades apertam…
Mas e então em que ficamos?
Será que deveríamos ir? Sem medo que nos impedisse de andar?
Já os Clash o perguntavam e se calhar eu ouvi demasiadas vezes aquela canção…

15 maio, 2006

Põe a mão na mão do teu Senhor

No sábado tive um casamento. Mais uma amiga casada,
mais uma festa…
A grande diferença deste casamento, foi o Padre.
O Pe.
Zé Manel, foi de facto a grande e agradável surpresa do evento.
Quando os
noivos me disseram que o Pe. que os iria casar era o máximo,
completamente
diferente de todos os que haviam conhecido, eu achei
que era mais um
comentário semelhante a outros de outros noivos que
também achavam que
aquele Padre “é que é”…
Mas, quando deixaram escapar que este Pe. de 36 anos
lhes disse que
faria a confissão enquanto caminhassem nos jardins de
Serralves,
“que é muito mais agradável”, que sempre que o tentavam contactar
ligavam para o telemóvel e ele por vezes estava no Ginásio, que ele lhes
contara que já fizera muitas viagens com os paroquianos, mas que
normalmente iam para fora como até ao Brasil…
Comecei a achar que
realmente este Padre era mesmo diferente.
Tão diferente que este Pe., apesar
de não haver uma amizade por trás,
foi de imediato convidado para a Boda –
convite ao qual prontamente acedeu
- “aliás, não espera eu outra coisa,
porque é o melhor da cerimónia…”
Chegados à Igreja numa soalheira tarde de
Sábado, estava numa ânsia de
ver e ouvir o Padre. E confesso que gostei da
Missa, da Homilia e das p
alavras sinceras do representante de Deus. Um
Padre jovem,
bem intencionado, simpático que conquistou todos na Igreja. Sim
senhor!
A cena mais inacreditável, foi quando já na Boda, alguém me disse:
“Então? Já topaste o Padre Zé Manel?”
Eu não o via, só conseguia
vislumbrar homens de fato bem aprumados,
jovens de Jeans e alguns rapazes
muito fashion. - “Tá ali, de gravata Rosa
a beber Gin”. Bem: quando eu olho
e vejo um homem, até bem parecido,
very In, sorridente e perfeitamente
ambientado, de óculos sol Ray Ban
escuros, a beber Gin misturado com os
convidados, passei-me. Sabia já
de antemão que ele era um Padre diferente,
mas nunca me passou pela
cabeça que poderia estar fora da Igreja, numa festa
sem o colarinho à Padre,
e ainda por cima, tão bem arranjado a beber álcool
e com um
look Martini Man???? Meu Deus, a minha Alma estava Pasma!
Se
não me tivessem dito que era ele, eu não o teria reconhecido.
Obviamente me
auto chacinei dizendo-me que todos os Padres comem e
bebem e confraternizam,
mas ainda assim eu estava incrédula!
A certa altura da noite comentei com um
amigo meu, que gostaria de saber
o que levaria um jovem “normal” a optar
pelo sacerdócio…
“Gostava de falar com ele”, disse eu, e isto foi o
suficiente, para que minutos
depois o meu amigo estivesse a dizer ao Pe. Zé
Manel que eu tinha
uma perguntinha… Fiquei TÃO embaraçada, que não fui capaz
sequer de
o olhar, e apesar das insistências do Sr. Padre “Diga lá, então!
Então? “
eu não conseguia… E este meu embaraço ainda me embaraçou mais –
logo
eu que não sou nada dessas coisas, mas literalmente fiquei sem
palavras!
Como eu não consegui, o meu amigo fê-la por mim: “ Ela estava a
perguntar-se o motivo que o levou a escolher ser Padre.” – “Ora bem, eu
entrei para o seminário com 13 anos. A minha realidade foi esta desde cedo.
Todas as privações porque passei - não brincar, não jogar à bola, e
principalmente
não ir para a Praia, sendo eu de Porto Moniz que é a única
praia natural que
há na Madeira, era de facto complicado, e muita vezes me
questiono do porquê
do senhor me ter escolhido a mim, quando há com certeza
tanta gente com mais
vocação e que se calhar até faria um melhor trabalho
que eu…” Mediante esta
admissão e a vontade de conversar demonstrada, lá me
atrevi: “ Eu até sou
católica, e até sou crente, mas acho que só não sou
mais praticante, porque
há de facto coisas na Igreja Católica que me deixam
atónita, como as mulheres
não poderem dar Missa, o aborto, a
homossexualidade, os divórcios…
e agora o Bento XVI – admito que foi assim
que me saiu, mas já não fui
a tempo de corrigir para o «Sr. Papa», vem ainda
falar dos Jornais,
TV e Internet??? ” Nesta fase o Pe. Zé Manel já estava
com uma expressão
de quem já estava mesmo à espera daquilo, e respondeu-me
com simplicidade:
“Claro que há coisas que não estão bem, mas também é claro
que a comunicação
social exagera e deturpa muito as coisas, de qualquer modo
o que lhe posso
dizer é que se calhar faço mais falta lá dentro que cá fora,
temos de lutar
devagarinho para mudara as coisas! As mentalidades são
outras, os meus
orientadores também pensam de maneira diferente de mim, mas
é assim
mesmo, aos poucos lá havemos de conseguir alterar algumas coisas.”
O meu amigo ainda continuou indagando-o acerca do facto de ser 13 Maio
e
ele estar ali, em vez de em Fátima…“Já lá estive noutras ocasiões, hoje
estou bem aqui.” Sorri mediante a sua resposta e dei comigo a pensar
que
gostaria de ter assim um Padre na minha Paróquia.
Mas o melhor ainda estava
por vir…
Alguém se atreveu a contar uma anedota no Micro acerca de um Padre
que dava “umas por fora” no próprio confessionário e a reacção das pessoas
a medo foi quase não rir e ouviu-se mais uns “aaaahhhhhhh!!!!!!!” do que as
habituais gargalhadas, mas o Pe. Zé Manel não se deixou ficar, nem tampouco
se intimidou e entrando no esquema disse tão somente que nunca dava
confissão
no confessionário!!!! A festa lá seguiu tendo o Sr. Padre
conquistado toda a
gente e não é que já madrugada longe, o Sr. Padre dançava
e dançava e
dançava, e volta e meia lá bebia mais um Gin… E todos nós éramos
caras
pasmadas. A certa altura alguém decidiu provoca-lo um bocadinho mais,
e
dedicou uma música ao Pe. Zé Manel. Ele sorriu e agradeceu e começa-se a
ouvir uma música religiosa cuja letra é algo do género: «Põe a mão na mão
do teu Senhor, que acalma o mar, põe a mão na mão do teu Senhor, terra
inteira»…
A reacção foi tremenda, de tal forma que ele ficou tão
desconsolado com a
dedicatória, que fez mesmo cara de desdém, mas lá a
dançou e a cantou…
Acho que aqui foi a altura de deixar o Sr. Padre em paz,
ficando na sua a curtir
o restinho da festa e a sorrir, sempre a sorrir.
Eu devo-vos dizer, que é mesmo disto que a Igreja precisa:
Sangue novo,
força de vontade, e uma mentalidade muito diferente.
Quiçá as coisas não
começam a mudar?
Eram 5:00 da manhã quando me despedi dele com dois
beijinhos “
…e muito prazer, mesmo!”


27 abril, 2006

Live fast Love Hard Die Young - Part Four

After almost 6 months of their departure, things in Porto started to feel a little weird, once they were gone for more than that single month they spoke at the beginning, and also ‘cause it was Christmas time and no one accepted that they wouldn’t return for the season. But they didn’t…They were in Denver at Christmas eve, and this made them feel deeply home sick: no mummy’s Codfish, no family around, no presents given in person, no girlfriends and of course, no Portuguese traditions to made things a little less painful. Between the couple that was most stoned by the girlfriend reaction, things weren’t really going ok. Letters begin to fail in November and in December, conversations rounded about confusion, misunderstandings and pressure. And it was certain that something must be happening, once not even the other boys could explain to her what was going on. So they broke up, and things got a little tense between the boys: not only due to this mess that involved everyone in a problem that got both friendships, but also due to a list of problems that were starting to appear: It was the Visas uncertainty to renovate, it was the money failing, it was the Record that was not done yet, it was the pressure coming from Portugal, and at the end there was the popping question: how will things end up for them? Spite it all, they kept united and proceed doing what they were good at – playing Rock’a’billy music, giving everything they had to leave everybody happy. But as we all know, even then emigration to US was forbidden, and with no more Visas extends, they didn’t have any other option, than to pack…
They stayed with the Oncle in Colorado for just about a year, made the Record and gave to Denver, and any other cities they got to play in, the very best of their unique style of music, and one can say for sure that everybody simply loved each and every one of them in return. After they got back to Portugal, and found a place that they didn’t recognise anymore – the time they spent abroad, showed them how little, stupid and hard things were in their home country, in many aspects, but especially for musicians.
The only thing that they truly enjoyed was the indescribable happiness to return to their loved ones - family, friends and passions – well, all of them except that one that didn’t had a girlfriend anymore, but instead he got a wife - an American girl he fell in love with and with whom he got married few weeks before they returned.
Well, this fact made everything different, because now one of them could return – the one that at the beginning said to the guy willing do so in order to stay there, that he was mad! Now, isn’t that ironic? But no one blamed him – after all, he did say that in fall in love, they knew her and they liked her, so they understood what happened and, at least one of could go on living happy in America.
So, the problem was the Band – how would they manage to play with one of the members away? It seemed that was the beginning of the End…
They got steady for almost a year more, playing all around Europe – in every country Rockabilly was heard, they were invited – people knew them by name, and their reputation followed them wherever they go, and things got firm for them, so they had the need for a new member – and of course, any musician of that kind of music, was willing to fulfil the Band, and they kept on going with the same name. After a while, they once again started to realize, that they couldn’t go one living here just with the concerts earnings, and again the pressure to “get a job, get life” had them go to a point they had to choose what they were going to do. One of them was willing to do whatever it took to do and play music – actually he kept on saying it since the start, right? And as I said, they were all so good in what they did, that he soon got propositions to play with other bands, here and abroad, and he chose to go away, and 12 years passed he keeps on living only by his music!
Yes, that was truly the End. The guys had to split apart the Band and therefore, there was no point on keeping the name they all tattooed on their harms.
The ones that stayed here formed a new Band, but as for the American Dream – it was it: no more living upon that. They felt the need to find Jobs, but never quit playing, also because they had to fill that gap in their hearts, and gigs are just for pleasure.
Nowadays they keep on playing whenever they can, they rehearse every week, they study, they make new songs and the new Band gets bigger as the musicians get better. Today they have new instruments, and play music based in what they have learned in almost 15 years - from Rockabilly, Western, Country, and even Jazz. No matter what, they keep on improving themselves and they are still unique!
As for the old Band, well they get together every now and then in the major concerts over
Europe, always giving to everyone the very best of Rock’a’billy Music!
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaThe End
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Dedicated to The Tennessee Boys aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
This Story that I share with you is from my own personal point of view, but it shows us how difficult it is to be a musician here – whether you’re good or not – though sometimes it seems to be less difficult for the worst ones… It’s very sad to see that our Portuguese men and women have to go abroad, in order to accomplish their dreams. What happened with them is probably very similar with any other Portuguese Groups, and I feel ashamed to see that things unfortunately, are not going easier to any of us...

21 abril, 2006

Live fast Love Hard Die Young - Part Three

Arriving to Denver – Colorado, was their America’s first sight. Better would only be to land in Memphis, Tennessee.
The “choice” of Denver was made due to the fact, that none of the Record Labels in Europe, had accepted to Record them, so the Band leader chose to write to a Label in America that he read in the back of one of the albums he used to listen to. He told them their story and their wish to record there. The owner of the Company, spite feeling a little suspicious said Ok, and they were astonished, because they always had in mind that probably in America people wouldn’t like European Rockabilly…
But that simple Ok, was all it took for them to pack.
They were welcomed by the same man that they spoke to two months before - a guy that couldn’t believe they actually were there when he got the message from the local airport, demanding directions to his house…
That’s were they hanged out most of the times and soon started referring to him as the Oncle. He was a well known artist of the Rockabilly scene in America, and he and his wife really seemed to love them as their own children.
After a few days of getting adjusted to a “brand new world", so damn different than they have been used to in every single aspects - bleeding noses due to the high and dry climate, people with strange habits like not knocking before entering, or going to another’s fridge without asking, they soon started to adapt to the new costumes, and immediately commenced going to the favourite rock-a-billy club, called Ziggies Saloon, where they were introduced to all the Cats of the area.
But they wanted was to play, so they borrowed some instruments from one of the local Bands, and the town of Denver was changed forever!
The boys took all of them by complete storm! Actually, as the Oncle once said: «they flat rocked our socks off», so they rapidly became the rock-a-billy "house band" and played almost every weekend there. People loved them: so polite with that amazing European good manners, so humble in their own success, and so young and good looking, with baby faces smiling lips and honest eyes… they were something else!
It didn't take them very long before they'd won over the hearts and minds of every Rockin' cat in town, including a number of International success Bands, that ‘till that moment, they only have heard of…
«Can you imagine?» They told to their friends, «We’ve met High Noon!!!»
For them this was the most outstanding thing, they were connecting with the big Sharks. How come a small town Band from Portugal that had to sold most of their musical equipment and personal possessions in order to buy airline tickets, a Band that was denied even from Rock House Records and from all others Labels - once none of them wrote them back, be now recording in America, meeting incredible musicians, and even improving themselves as musicians???
This was unbelievable, the kind of things that only happens in the Movies.
Well, it happened to them.
During the week, the boys got together with the Oncle almost every day, and jammed and recorded, and the Oncle was amazed with the talent they really were. He have heard other recordings they had made in studios, but none of those even came close to the power and spontaneity of the recordings they made together. And the Boys were thrilled. It was their dream finally coming true.
All this came to Portugal hears, with joy and worries. Everyone was astonished with their success, but that implied that they might just enjoy being there, and who knows? Perhaps they even loved living there, and in that case it could be that they wondered about making their lives there?
That was one of the concerns not only from the Parents, but also from the Girlfriends, and soon nobody expected them to return so soon… Who could blame them? After all, this was what they have travelled for during 32 hours, across the Atlantic Ocean to another Continent.
Though everyone at home seemed to handle well with all this, one of the girls kept very sceptic, and when she talked to the others girlfriends, she could not truly understand how come they were so calm, was it possible that only her was feeling that they would not return? Didn’t it matter to them? Of course she was happy for them, she loved them all, she always believed in them, and always knew the great potential the guys had, and probably due to that, she was feeling that in what concerned her relation ship, it wouldn’t be possible to work for long. She needed him near, either he came back to her, or she would go to him. But these thoughts were not acceptable to other girls that kept with their lives, waiting patiently, only she seemed to be going crazy…
One cannot deny that these feelings didn’t affect the guys there. We know it now. They suffered tremendously with the distance, they all missed their girls, and every time they spoke on the phone, they felt sorrow for being way. And every time a letter came in it was a mix of happiness and fear – normally every single day arrived correspondence for one of them, and they waited in line with hunger and tears in the eyes, wishing the Aunt would call their names. But spite it all, what they could do, was try to explain what they were doing and why, ‘cause in what concerns the big joy of being in America, they felt a little ashamed to admit it, because it seemed that if they said that that was what they always wished for and that Portugal didn’t matter anymore because only there they’d have some future, no one would comprehend or forgive them for thinking that way. After all they had no complaints, they missed their families and Porto and the girlfriends, but they were happy. And days go by, and then weeks and soon they stopped counting the time…

19 abril, 2006

Live fast Love hard Die young - Part Two

It was the summer of their lives, and the heat was burning some relations…
For the ones who had to stay – the close ones they left, everything sounded very odd.
No one could even imagine or truly understand what they felt, what they believed in.
One of the boys actually said: «No matter what, i will get it. Spite it seemed that deep inside all the persons were with fingers crossed for us to fail, i am a believer so the “witchcrafts” won’t stick…»
But there were no prayings for them to fail, it simply was a question of lack of comprehension: How come one leaving a beginning love, or a college degree? Your family? Or even your own home town?
For some of the parents it was hard, because they felt the boys were trading something real – like education and the possibility of a good job for their future, for a mere possibility of making music abroad.
Some others thought that that was their son future, so let them go!
As for the Girlfriends… Well it was also hard - no one likes to be left behind, but there was the security they gave that it was only for a couple of months – the necessary time to record the album.
Off course there was one of girls – there always is, that felt most abandoned, perhaps because she already felt deep inside that something might go wrong…
If things turn out ok abroad, there was even one of them willing to get married, in order to stay there! The others smiled facing that possibility, but only one had the nerve to say that he was mad! But immediately he replied that he could do it, once he was the only one not dating at the time, so…
The thing is that even for them all this was very tuff, because though they were going towards what they always wished for, dealing with all of this, and at the same time transfer to the others that everything would go ok, that everything was being taken care of, was not a simple thing to do, especially because there were no guarantees…
As we can see, all the persons involved were going through a lot of pressure, anxiety and sadness. What would they do if something went wrong? Where were they going to live? And how would they manage to get money to eat, pay the rent, and everything else? Well, it was only for a couple of month’s right? In the worst of cases they would be back for Christmas…

18 abril, 2006

Live fast Love Hard Die Young - Part One

When they got into the plane, they all thought the same: At last!
Porto was yet near, but they felt it already so far way.
Finally! Finally dear God, they managed to get it.
They were going to set feet in the Land of the King!
After all the trouble that lasted unending months; after all the misunderstandings with Visas and Banks; after all the mess caused by disbelieving people, jealous friends, distant Nations, worried parents and crying girlfriends; spite all this they were going to accomplish their American Dream: Record an Album in America, meet some people, do some Gigs and of course: live fast, love hard, die young.
In the 90’s Rock’ a Billy was not a usual kind of music. Nowadays, youngsters do not hear those old songs from the fifties. Much less in a peculiar country like the lovely but no longer conqueror, Portugal.
To start a Band like they had wasn’t really that hard.
They had the skills, the will and the youth. But they also had brains, and they aimed for more, much more, than being a regular home made band.
So much for the small town concerts, so much for the low pays, and the few spectators. They knew they could really go higher. If they wanted to, they could go further, and with the right means, they would do it.
They were conscious of the great musicians they already were – no musical backgrounds, not even in Musical Schools, but the entire musical hears. The voice was amazing, and the guitars gathered with the double bass, really made all the difference.
One can ask, but what about other similar Bands? Well, there were some, but I can tell you: no other like them!
But they also knew that though the Lusitan soul was big the Lusitan mentality was unfortunately, very small.
So, they had to leave to the Nation where it all begun...

27 março, 2006

O repente da Vida

A vida é um repente.
Dizer isto deveria fazer-me abrir os olhos e não fecha-los.
Mas não. Só me apetece fazer de conta que não…
Eu não sei lidar com a Morte. Não sei.
Não entendo, não aceito e não me conformo.
Tudo passa, mas a morte não passa. Nem passa ao lado.
O que pode passar é a dor. A dor de quem cá fica.

Escrevo isto, ao fim de quase um mês sem publicar nada; não fazia parte dos meus planos publicar algo deste género, mas faço-o porque hoje me apeteceu. Este assentimento incomoda-me muito e, à medida que os anos passam, eu deveria ir começando a absorver isto melhor, mas cada vez “me” morrem mais conhecidos e amigos e familiares, e eu cada vez sinto mais e cada vez entendo menos.
Já me morreu uma pessoa MUITO chegada, nomeei-a o meu Anjo da Guarda – e acredito, acreditem. E ela é-o. Sinto-o... Mas quando penso nisso, desacredito-me de tudo e acho-me completamente estúpida, e burra e ignorante, não inocente – isso não. Ignorante mesmo. Porque sei que não sei nada. Não sei de nada e sou um nada. Somos um Nada. A vida escapa-nos num segundo e nós deixamos todos os segundos nos escaparem por entre os dedos.
Sinto-me tão mesquinha, tão mal e tão estúpida ao aperceber-me disto e nada fazer. É como se ficasse igualmente impotente, perante tamanha soberania…
Por exemplo: hoje soubemos no trabalho que tinha falecido um colega. Tudo em estado de choque. Assim, de repente. Porquê? Como? COMO?
Tudo andou a girar em torno disto toda a santa manhã, mas logo o mais feio do que temos cá dentro, vem ao de cima, porque em todos os momentos, somos mesquinho e maus e feios. Estamos todos em estado de choque, mas num ápice a surge a cusquice de quem vai ao funeral, de quem leva flores, de quem é mais chegado, de quem dá a notícia…
É ridículo!
O meu Director está de Férias, depressa me indaguei se deveria avisar ou não. e não soube mesmo o que fazer.
Logo surgem 1000 opiniões, de que não se deveria ter feito isso, que se deveria ter feito aquilo… E discute-se. Porque o Ser Humano, é tão humano (porque só o Homem é assim) e tão ridiculamente convencido e mesquinho que tem necessidade de intervir. Para nada. Isto não tem remédio. Ou terá?
Mas nós não sabemos nada.
É horrível!
Sinto-me horrível, porque não escapo aos comentários, porque me deixo levar por eles, e porque os faço também.
Porque também julguei outros quando estava eu de férias e o meu agora Anjo da Guarda faleceu, e ninguém me disse e eu só soube quando voltei.
E julguei-me má e feia e mesquinha, porque me divertia, enquanto outros choravam. Porque as minhas lágrimas vieram tarde. E choro porque digo isto, sabendo que mesmo que eu cá estivesse nada mudaria. As minhas tão importantes lágrimas, não diminuem a Morte, nem eu sou afinal assim tão importante…
É tudo tão fugaz.
É tudo tão estranho, que não sei porque não atinamos todos da cabecinha e nos deixamos de tretas. Sim, porque tudo isto são tretas. Conversas da treta. Mesmo esta que agora tenho convosco.
Há alguém que me explique por favor, não como se eu fora uma criança de 2 anos – porque aí tudo se entende melhor, mas que me explique devagarinho a ver se eu entendo, como é que a Morte acontece. Porquê?
Eu sou Católica, e crente e até tenho Fé, mas não pratico. Ou pratico muito pouco. Será por isso? Mas pronto, acredito.
Posto isto, tudo acerca do Fim me deveria acalmar. Mas não. Sinto um medo, um pânico, um nó na cabeça e um aperto no coração. E só me vem à cabeça a palavra solidão e então tenho um medo pavoroso - por quem vai e por mim, que cá fico.
Porquê?
Porque raciocino - lá está, penso logo existo.
Mas não percebo nada.
Acho que nem o Descartes percebia…
Então a lógica começa a funcionar e penso, que não é possível haver a vida depois da Morte, nem o Destino (em que eu também creio), nem mesmo a reencarnação – que apesar de ir contra os ensinamentos Católicos, também me levam a acreditar), e então penso: Para quê? Como? Não faz sentido. Não tem cabimento nenhum. Como se acaba assim? TEM de haver um motivo.
Será Deus?

26 fevereiro, 2006

A Árvore, o Filho e o Livro

"Hoje não vou escrever nada. Vou limitar-me a pensar. Começando por aí mesmo, poderíamos inferir que já estou em contradição, dado continuar digitando estas letras. Mas a contradição já não é o que era. As relações, as profissões, as ocupações e as confecções, seguem actualizadas ao ritmo do incoerente. - Adoramos alguém que raramente vemos (se calhar por isso mesmo julgamos adorar...) - Gostamos do que fazemos ao ponto de o desdenhar - Veneramos discutíveis Hobbies dando Vivas ao verdadeiro ócio - Apreciamos o real conforto mas não vestimos essa camisola nunca Contradição? Contradição era o machismo galopante de amar só uma mulher Contradição era seguir com paternalismo a vocação (ainda) não sentida Contradição era almejar fazer música sendo-se surdo Contradição era sermos tão únicos albergando o ordinário."
Seleccionou a janela com o símbolo da "diskete" e fechou o Word. Até nisto, pensou - não o escrevendo, terá contradição. Onde está o calo no dedo de tanto escrever? Espirito de contradição - diria o Pai. Ai, os Pais os Pais... (esta frase no meio do meu texto, só faz sentido, na actualidade deste mês de Dezembro de 2003, quando se estreia «Os Imortais» na grande tela).
Suponho que deveria simplesmente abandonar esta mania, esta "P" da mania de querer criar algo, onde nunca (nest)a vida de pensarmos para os outros por nós mesmos, nos levará a lado algum.
Escrever na quimera que alguém vai ler, entender, perceber... Contos? Poesia? Fantasias? Estórias? Balelas. Não era isso que queria, apenas o que cria. O que era pretendido - lá está a contradição, era somente ser a mais comum dos mortais - qual realização profissional, qual sucesso, qual quê?
Bastava concretizar o pequeno sonho de criança... Aquele que cresceu grande ao ponto de se ter tornado enorme... Tão enorme que é impossível chegar-se a ele.
Mas a Crença também já não é o que era. Queria alcançar pelo menos 2, dos três picos da existência... A Árvore, o Livro e o Filho (davam um bom título, não?) E volta então à contradição - a controvérsia em acção. Estava decidida, se era o mais distante, teria de concretizar-se um outro. Passaria esse a ser o mais cobiçado. O mais óbvio dos menos simples... Qual? Plantar uma Árvore? Tudo bem. Semeia-se em qualquer altura. Ter um filho? Tudo bem. Cria-se em qualquer altura. Escrever um Livro? Tudo bem também... Mas não se colhe em qualquer altura. Esta é a única grande incontrovérsia - não é contraditório como o que se pretendeu, ao definir os três objectivos. Por isso pareceu mais tangível, alcançável e, talvez por isso, se deseje mais querendo menos. É do tipo que por ser tão óbvio é seriamente ofensivo não o obter. Como conseguir? Disse às mais variadas entidades (!) que pior seria o medo de fracassar. Sempre o medo do fracasso. Mas o fracasso - assim lhe chamam, só fracassa porque (contrariamente ao que seria de esperar) não se engana mais, não se vence mais. Apenas demasiadamente, não se deseja.
Antes a morte que a má sorte? Não. Antes sofrer a não ter de saber! Mas então... E agora? Como escrever? Como começar? Como terminar? Precisava de ajuda.
"Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, convence-se que os mortais não podem encobrir segredo algum, porque quando os lábios se fecham, falam as pontas dos dedos e a emoção transpira por todos os poros.
Sigmund Freud. Neurologista, mas com muito sentimento. Então a Psicanálise... Exactamente. A contrariedade humana, a controvérsia da alma, a conturbação da mente, o contrapasso do corpo. Porque há-de ser o mundo dos mortais, o real? Os cães são cada vez mais humanos. Os televisores cada vez mais companheiros. Os emails cada vez mais carteiros. O amigo cada vez menos presente. A tertúlia cada vez menos boémia. As notícias cada vez menos novidade. É a informática que domina. O computador é quem pensa. O software é que memoriza. No fundo, os homens têm de (de)ter a sensibilidade de ir para além do que conhecem, porque quando não se sabe, muito se imagina e, quando se imagina sente-se na pele a possibilidade de tudo ser real, possível, como num sonho.
Quantas vezes não se detiveram a indagar a realidade ainda a pairar de um sono sonhado? Para mim, o real é que é infinito e o imaginário tem a sua finitude logo à espreita - do sono, do toque, do som. As pessoas enganam-se, com o que julgam ser real. Julgam-se com a sua realidade intima, na suposta realidade partilhada. É como a velha história da Rosa que ao deparar-se com a realidade de existir um legume de nome Couve-Flor, lhe fala da sua petulância na partilha do "género floral" e desata em comparações - a aspereza do seu toque, com o sedoso das pétalas que possui; o seu cheiro, com o perfume que só ela exala; o seu corpo grosso, com a delgada haste que a sustém... Mas esquece-se que a si, ninguém quer comer...
Afinal a contradição do visível não se explica, só se sente e o mais cego é o que não quer ver. A espécie humana devia em 1º lugar repensar, depois revoltar e só no fim revolucionar. É mesmo assim, como quando ao pé de um precipício - só se avança dando um passo atrás."
Desta vez, imprimiu ao invés de salvar. Pensou que se deixasse ao acaso a realidade do Papel ela andasse para frente olhando para trás. Assim foi. Quando ela pôs os pés no chão, a realidade puxou-a: A quimera de conseguir desenhar palavras, pintar frases... Mais óbvio seria dedicar-se à leitura em vez da escrita. Lembrou-se do sonho durante o seu sono, onde o computador tinha um calo de tanto escrever...
Então deu um passo em frente olhando para trás. Lá estava... Pronto a ser lido. Seria possível? A contradição do que vivia, ou do que não via, não lhe dava outra hipótese. Tinha de entregar isto. Duvida ainda. Sempre a dúvida. Porém, fora ela mesma, no mais intimo do seu ser, quem o sonhou. Buscou respostas para calar a incredulidade e, concluiu que o Real tinha uma infinitude de possibilidades e, a sua realidade não poderia ser o não crer.
Então disse de si para si:
- «Agora sim. Quando vier o filho, plantarei com ele a minha Árvore.»
Afinal, este era o mais difícil dos menos óbvios.
Fim.