22 setembro, 2006

Grafologia

Quando comecei a estudar Psicologia, interessei-me muitíssimo por este assunto, mas não sei bem porquê, acabei por nunca fazer o dito Workshop...
Há dias passaram-me este teste, que eu reencaminhei para outras pessoas e eis, que agora me lançaram o "desafio" de expor aqui os resultados.
Ei-los então. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aaaaaaaaaaaaaa




A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco “fria” com quem acaba de conhecer. (Mas que grande verdade! Quase todos se queixam e normalmente à 1ª vista as pessoas não vão muito com a minha cara – bem, no trabalho então…)
A ligação de sua letra revela grande capacidade de raciocínio lógico e uma supervalorização de sua própria capacidade (Pois… Também me costumam dizer que eu às vezes sou um bocadinho convencida…)
A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas cotidianas (Antes de mais, é Quotidianas e não cotidianas. E posto isto, acho que está tudo dito, quanto às minhas “exigências”).
A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio (Bem… às vezes. Às vezes. Sempre me disseram que os Peixes são tudo menos estáveis. Mas muitas vezes sou-o. Principalmente no que concerne aos meus princípios e valores. Mas tudo muda, e o meu ascendente, é em Gémeos...)
As áreas valorizadas na sua escrita destacam controle emocional, tolerância, um certo imediatismo e tendência ao comodismo (Ai a acomodação, a habituação, a preguiça – Sim, sim! Agora o controle emocional – Falso. Não tenho esse controle, o meu coração salta, a ansiedade instala-se, e o meu cérebro só pensa no mesmo o tempo todo.)
A forma de sua letra demonstra sinceridade, capacidade de adaptação, espontaneidade; sensualidade. (Quanto às 3 primeiras observações - Correctooo – como diria o Markl! Quanto à Sensualidade, vou abster-me de comentar, por motivos óbvios :)


http://istoe.terra.com.br/istoedinamica/testes/grafologia/index.asp

11 setembro, 2006

Há 5 anos

Nem de propósito, coincidência suponho eu, ontem vi o "Voo 93".
Não há grande coisa a dizer.
Ver, aliás aperceber-me (novamente), da crueldade do destino daquelas pessoas que iam num avião, que sabiam que iam morrer, as chamadas telefónicas que fizeram... É demasiadamente Mau, Assustador.
Já fui aos EUA duas vezes, mas nunca estive em NY.
Já visitei A Casa Branca, mas essa não chegou a ser "atacada".
Há 5 anos, cheguei (atrasada) ao meu local de trabalho depois de um bom almoço.
Reinava um silêncio no piso inteiro e eu não entendia onde estava toda a gente.
Da sala de reuniões ouvi o som da televisão e corri. Ainda de casaco na mão e carteira ao ombro entrei na sala com ar inquiridor.
Nem uma palavra.
Todos estavam pálidos a olhar para as notícias - Comerciais, Assistentes, Directores, Empregados limpeza e Seguranças...
Olhei e vi um prédio em chamas. Não deu tempo para perguntar nada,
porque logo um Avião se espeta contra o outro prédio.
Nesse dia não "se trabalhou" mais.
Neste dia só devo ter presente que a Fé salva muita gente, mas que a mesma Fé às vezes é tão grande ou tão pequena, que distorce tudo e leva muito boa gente a maus destinos...
Como é possível? Como? Pessoas que se agarram a Deus/Alá - ou seja lá o nome monoteísta que lhe dêem, e acharem (mesmo) que aquilo é vontade divina?
Tão grande a crença, que não só fazem mal a outros, como acabam com as suas próprias vidas, conscientemente.
O que aconteceu ali foi HORRÍVEL, INCONCEBÍVEL, PERVERSO e muito muito TRISTE.

04 setembro, 2006

Férias na Tunísia

Chegamos à Tunísia num fim de tarde quente apesar da enorme névoa que cobria Monastir.Tínhamos os dedos cruzados para que não nos dessem os dias de praia em Tunis, mas até parecia estar a correr bem, porque afinal, nem em Monastir íamos ficar os tais dias, mas antes em Hammamet, que pelo que tínhamos lido, seria a melhor parte.Fixe!Mas eis que surge o representante da Marmara (operador turístico, que nos pôs lá), um Sr. Árabe, chamado Salem, que apesar dos seus 50 e tal anos, era de uma falta de educação, arrogância e incompetência, que nem no “É so fachada” de há 2 posts atrás, eu vi.Este Sr. nem sequer me tentou ouvir, quanto mais se dignou a dar-me explicações, quanto ao facto de nos ter trocado as voltas e nos ter metido a visita ao deserto, no inicio da viagem e o descanso da praia no fim, quanto mais esclarecer o motivo de nos retirarem um dia ao Deserto e o acrescentarem novamente à praia, mas no final – para ser diferente…Bom, com este início de relato, parece que vou expor as fracas e tristes férias que tive… Mas não. Este início tinha de existir, porque é um relato verídico e mais a mais, acabou por ser insignificante no meio de outros episódios incríveis!Apesar de tudo o que possa ter acontecido de menos bom, a Tunísia é um País fantástico, e as férias foram mesmo muito boas!Quando saímos do Resort de Hammamet já com um bom bronze, para iniciarmos a visita ao deserto, não nos passou pela cabeça o que íamos ver, viver e sofrer… Sim, porque levar com 48º C não é pêra doce. Este mero facto, óbvio para quem sabe que vai para o deserto do Sahara, parece básico, mas na minha linda cabecinha não chegou a passar ao ponto de me amedrontar - não fosse eu uma das pessoas mais friorentas que conheço, e talvez por isso, o 1º dia fosse de longe o que mais me “matou”. Estávamos em Kaiouran a visitar as primeiras ruínas, mas eu só queria sombra, só queria água, só queria uma brisa.Lembro-me de olhar para a Guia e pensar, que se lixe o que ela está para ali a dizer em Francês…. Nem conseguia ouvir quanto mais raciocinar… passei o tempo todo a andar pelas ruínas atrás da sombra das despidas árvores…Voltar à camioneta, pareceu um paraíso, mas em menos de 30 minutos, já eu escorria (literalmente), água pelas costas, pelas pernas, pelo peito, pelos braços… Um sufoco.Viajar pelo deserto, só mesmo de 4x4, ou num grande carro. A camioneta, não refrescava o ar o suficiente, não tinha espaço para as pernas, porque todos tínhamos garrafas de água nas costas do banco da frente. As cortinas escaldavam, as paredes escaldavam, o simples toque enervava… Bom, aquele 1º dia foi um suplício...Mas ao fim do dia já estávamos a entrar na onda, e quando chegamos ao hotel em Douze e vimos uma piscina à sombra, nem queríamos acreditar, pesasse embora o facto de estar repleta de gente, e o calor também sair do chão - que às 9 da noite queimava, e seguramente estariam mais de 35 ºC quando à 00:30 saímos da esplanada para o quarto… Os dias seguintes, foram bem mais apelativos. Andamos de 4x4 nas dunas do deserto, vimos Oásis de perder a respiração, mergulhamos em água puras de fontes nascidas no meio do NADA. Depois Tozeur: Vimos o povo Berbere. Vimos onde viviam, como sobreviviam… Vimos Casas Trogloditas, esculpidas artisticamente nas rochas do deserto. Ouvimos cantares estridentes (verdadeiramente: é imperceptível, como aquelas mulheres soltam aqueles sons com a língua…), e provamos do seu pequeno almoço.Vimos a Hollywood de Matmata (as mesmas letras mas montanhas rochosas do Deserto), onde foram filmados a Guerra das Estrelas e o Paciente Inglês…Observamos atentamente os lagos salgados e dormimos num Hotel, inacreditavelmente belo e fresco bem no meio do deserto, que olhando do exterior mais parecia uma taberna foleira, mas lá entrando UAU: Eram paredes e pilares em mármore, quartos trogloditas iguais aos que víramos antes, uma piscina fantástica debaixo daquele céu estrelado (mesmo), e aind aum Bar com café expresso do bom!!!O Cansaço acumulado de todos os dias nos levantarmos perto das 6:30, e de dormirmos por noite não mais de 5 horitas, não impediu de que aproveitássemos tudo-tudo-tudo, menos a alimentação (que no deserto foi de facto má).No último dia acabamos no imponente El Jem – o Coliseu em ruínas, e de facto (para mim que nunca estive em Roma), aquilo po~e-nos em sentido e chega quase a meter medo…Lá voltamos a Hammamet, para completarmos “o resto” da Túnisia, com as excursões a Tunis, Cartago e Sidi Bou Said. Pena ter sido tudo tão rápido, porque só em Tunis ficaria à vontade uns 3 dias – não posso mencionar como me senti louca com tanta coisa linda e de como me apeteceu comprar tudo, ver tudo... E a beleza de Cartago com as suas ruínas e aquele cidade indescritível de Sidi Bou Saíd – património mundial da Unesco, linda que só visto, toda de Azul e Branco, com o Mediterrâneo ali a banhar-nos num tom azul turquesa…
Se voltar aquele País, terminarei as férias lá depois de concerteza ficar uns dias em Tunis, e efectuar uma visita à Ilha de Djerba (que foi o que nos faltou).E foi precisamente neste último dia de viagem, que pela 1ª vez na vida tive vergonha de ser Portuguesa, tive pena de constatar que muitas das coisas más que nos atribuem, não são gratuitas, são legítimas. Foi ali que admiti, que se calhar a imagem que deixamos aos outros quando estamos fora de casa, é má, feia, grosseira e apenas interessante, enquanto facto incompreensível de má educação e falta de civismo… Não que isto aconteça só com Portugueses, ou direi “Tugas”, mas de facto, a mim o que me importa é o que é meu, e Portugal é o meu País de coração, de orgulho e nariz erguido, mas ter de ver o quão grotesco e feio e porco e mau, o nosso povinho é… Jesus. E Pior, quando me apercebo que daquela gentinha que tivemos a infelicidade de apanhar, 90% eram Nortenhos mais triste fico.Aliás, acho que essa é mesmo a palavra que me faltou, para descrever como me senti, ao partilhar a mesma Terra Natal: Tristeza.Foi nesta última excursão que um grupinho decidiu abandonar a pulseirinha T.I. do Resort em Hammamet e ir conhecer qualquer coisinha… Mas pareceu não saberem para onde iam, porque um casal com uma menina de 2 anos, se meteu de carrinho de bebé nas vielas da Medina de Tunis – onde nem em parelha se conseguia andar, e claro, como ignoraram as intermináveis tentativas da Guia de alertar para o Labirinto para onde nos dirigíamos, bem como a hora limite e o local do Ponto de encontro, se perderam… E estivemos mais de 2 horas à sua espera, porque apesar da Marmara (porcaria do operador turístico que organizou tudo) querer simplesmente sair dali, nós (e quando digo nós, não me refiro apenas ao restante grupo, mas também, e se calhar principalmente, a nós) insistimos em continuar a procura-los, coisa que não adiantou, porque os Tugas que se perderam, levaram junto na demanda, os Pais/Sogros, e no meio disto, já não estavam apenas 2 pessoas e um bebé perdidos na Medina de Tunis há 120 minutos, mas sim 5, porque entretanto houve um miudo do dito Grupinho que também foi na corrente - miúdo esse que segundo os amigos alertaram, não falava língua alguma para além do Português, não tinha telemóvel, e não levava dinheiro… E quando questionei se ele não teria ido já pedir ajuda, a resposta de uma amiguinha foi que ele não tinha cabecinha para se desenrascar… Mas afinal até foi ele, quem “os salvou”, porque não só se desenrascava melhor que eu com o Francês (apesar que também não é preciso muito, considerando o meu elevado nível de domínio daquela língua), como impediu os ditos perdidos de seguirem viagem por sua conta: Tinham tido uma ideia – queriam ir indo de comboio para Cartago (como se Cartago, fosse um café, ou uma esquina, onde todos nos íamos encontrar…)!!!Depois foi também naquele dia, que ouvi mais palavrões por minuto e por metro quadrado, começados por F e por C, e também frases lindas como PQP e afins (“ Porque a gente lá no Norte fala mal Caral…!!!”) … Foi também naquela linda tarde que vi seres humanos berrarem em Português para uma pessoa que só falava Árabe e Francês, que queriam mais tempo para comer, e menos para ver o Museu do Bardo (que só tem a maior e mais antiga colecção de Mosaicos do MUNDO), mas como a Guia não parecia não compreender – Vá-se lá saber porquê(!!!), tentaram faze-la perceber por gestos…Também foi na noite desse mesmo dia, que uma menina muito bem educada fez um escândalo no hall do hotel, oferecendo inclusive porrada – de cara e peito bem esticados, enquanto um dos seguranças lhe segurava os bracinhos, porque julgou que assim lhe resolviam o problema das compras molhadas com a água que caiu do Ar condicionado na bagageira do Bus.Mas pronto, à noite já não precisávamos de estar com eles (nem eles queriam estar connosco, porque quando passavam por nós murmuravam algo como “Que chiques!” e davam risadinhas), e o Hotel era grande, e sempre podíamos ir à rua, só nós, fumar uma Chicha (ou será Xixa?) , na paz do nosso sossego ignorando que há Portugueses assim, e nunca mais precisávamos de os ver sequer… Mas não: - para terminar a viagem em beleza, no dia seguinte já no aeroporto, ouviram-se berros, assobios e policias de cacetete na mão a discutirem em Árabe, com ar muito sério. Fomos ver. Quem era? Os Tugas!!! Viva!!! Tudo porque um casal dos seu sessenta e muitos, puxou de Galões alegando serem professores catedráticos, e furaram a fila do check in…Mais? Mais não houve. Graças a Deus.A não ser as palmas quando o avião aterrou em Lisboa…