03 agosto, 2006

Só escapo eu?

Tinha que escrever algo acerca das relações Amorosas/conjugais e demais…
Porquê?
Porque acabei de ler um Post da Sílvia a falar disto mesmo e o meu comentário foi tão “conclusivo”, que fiquei pasma olhar para o que eu mesma escrevi…
É que numa altura em que toda a gente à minha volta se separa, há que por isto por escrito, a ver se me entendo…
Parece que só escapo eu, e é porque estou sozinha! 2006 parece estar, para o meu rol de relações, recheado destas coisas…
Começou logo em Janeiro com uma Prima minha, depois de 6 anos de casamento mais 10 de namoro. Não entendi, ninguém entendeu, para mim eram o casal perfeito…
E de repente da noite para o dia (para nós que estávamos de fora), surge a separação.

Em Março uma grande amiga separa-se do namorado com quem vivia há mais de 2 anos. Motivos? Nada de especial, falta de partilha, afastamento. Perguntou-se se existia mais alguém, mas não… simplesmente acabou.
Há 3 semanas foi a vez do meu irmão – apanhei outro choque: 7 anos de namoro, casa junta há 2 anos… O meu irmão, nunca deu indícios de nada e zás.
And last but not the least, 6ª feira foi a vez de uns amigos meus… 16 anos juntos e já partilhavam casa há 7... O que aconteceu? Nada. Falta de comunicação e à 1ª frase, “se não tens nada para me dizer, podes sair”, a porta abriu-se.
Agora digam-me:
- Há aí algum virus?
- É da casta de nascimentos da época de ’70?
- É um problema do rol das minhas relações?
- É uma questão Nacional? Mundial?
- O quê???
O que é que se passa?
De facto só dá para concluir que, como diz o meu Chefe, hoje ninguém está para se chatear e, à mínima cena - tau!
Segundo ele, dantes as pessoas casavam-se porque queriam “dar umas” legalmente, e na altura sem esta situação permissiva de relacionamentos, há que nos mudarmos e comprarmos casa para casar. Os filhos eram uma consequência quase inevitável, e vinham também no seguimento de alguma falta de informação a nível de planeamento familiar.
Agora o porquê do que se passa hoje?
É que hoje toda a gente – da nossa geração pelo menos, tem acesso a tudo, todos tempos carro, instrução, trabalho, telemóveis, férias e viagens. Saímos com que queremos, à hora que queremos, para onde bem nos apetecer e, se não quisermos ir tudo bem na mesma. É tudo muito mais fácil – isso é indiscutível.
Mas não somos felizes, queremos mais.
E então achamos que podemos ir buscar a outro sitio, é tão fácil, não é?
Mas e então? Para onde quer que eu olhe, as pessoas da minha idade têm depressões e esgotamentos. Porquê? Porque é que são infelizes, ou insatisfeitas? Afinal temos tudo… E eu por mim falo!
Estou/estamos à espera do quê?
Não entendo.
Mas vou ter de me resignar à derradeira frase do meu Chefe: Ou me habituo a isto e a ter/viver relações factuais que podem acabar em meses ou anos, ou então estarei desfasada da vida de hoje.
A questão vem no seguimento também, de um Post que lancei há uns meses: o keep it simple. Este é o cerne da questão - Nós? Pessoas como nós, jamais seremos simples…

E ver que no meio de tudo isto, andei eu a pensar que na minha família eu era a única "sem par" - e isto quer queiramos ou não, mexe connsoco: é nos casamentos, é no Natal, e lá estava eu sozinha, mas sempre na boa... Dos amigos também eu era das poucas sozinhas ( e o mais incrivel é que os ´"sem Par" foram sempre mulheres, não homens - esses estavam "todos" tomados), e a minha Mãe a dizer-me que tinha de me virar para outras amizades e outras bandas...
Pois agora da família, os "sem par" já são 3, e dos amigos mais chegados, os "sem par", já são mais de 10...
Posto isto, qual é o Moral da História?

Não sei. Aliás, fico mais ou menos na mesma, porque voltando ao real das coisas que se passam à minha volta vejo que o mais incrível, o facto real, é que todas estas relações acabaram por vontade d'ELES...
Que pensar?
Mas dá que pensar, não dá?

4 comentários:

Sofia disse...

Dá que pensar de facto. Mas eu Pims já passei essa fase do "pensar". Existem coisas para as quais nao existem explicações. Ou se existem elas nem são assim tão importantes. Temos é que não cruzar os braços e VIVER. É isso que acho que temos todos, ou todas, que fazer.

bjs

Alberto Oliveira disse...

Uma relação dura o tempo que o casal quiser. E a responsabilidade de um eventual rompimento é de ambos os consortes?!.

Se por um lado continua a verificar-se alguma impreparação para viver uma vida a dois, por outro, os casais estão mais conscientes (ao contrário do antigamente... ) que uma relação não pode ser um sacrifício "até que a morte os separe" ou uma fonte de mau-viver.

Mas pelos dados mais actualizados, a instituição casamento não está em perigo. Pesem embora as separações que vão acontecendo. As consciências, essas sim; deram um enorme salto neste país nos últimos anos. Para o pior e para o melhor; como em tudo na vida.

Maria Liberdade disse...

Olha, aproveita... Há mais solteiros disponiveis - estava a brincar :)!!!

Maria Liberdade disse...

Ainda de férias?