Cansaço, Olheiras, Dores musculares e Fome. Era este o estado físico com que chegámos ao Aeroporto de Porto Seguro. Mas considerando, que íamos a caminho das tão ansiadas férias, nem mesmo o facto de termos voado 7 horas com as orelhas coladas aos joelhos impediu o bom humor na espera durante mais de 2 horas pelos passaportes, bagagens e finalmente os transferes. A expectativa começou a melhorar assim que entrámos na Pousada cujo nome logo inspirou: Beija Mar.
Só que estar lá, foi ainda imensamente melhor – Passadiços em serpentina sobre a água, muita vegetação tropical, e de facto o nome fazia-lhe jus: A água do Mar estava de lábios colados com a água da piscina.
Depois de um jantar rápido, e ainda de uma pequena partida de “Sinuca” – onde não importa o facto do resultado ter sido 2-0, deitamo-nos numa cama coberta com um pequeno mosquiteiro, e adormecemos exaustos, embalados pelo som das ondas.
Corremos cama fora para ver se era verdade – às 7:30 da manhã o Sol furava as cortinas, e de facto havia justificação para o calor no quarto – estava tempo de Verão, já havia gente na Praia, apesar de lá ser o pino do Inverno...
Depois de um pequeno-almoço relaxado, ao som de um Papagaio que só Palrava, lá fomos nós ter com a Maria, que reuniu na Pousada Canto d’Alvorada, todos os Portugueses chegados no dia anterior, para 2 horas de Xaropada sobre os nãos: “Não Beba água da torneira, não ande por sítios isolados, não exponha bens, não compre comida na Praia, e não alugue Carro”... Esta última frase foi a que nos deixou mais desanimados porque parte do plano inicial era precisamente o aluguer de um Buggy.
No entanto, logo nos apercebemos que interesses mais altos se levantavam: “Quer comprar a excursão à Praia do Espelho? Quer comprar a visita à Aldeia dos Índios Pataxó? Quer conhecer uma fazenda com muito divertimento? Se pegar os 3 passeios são apenas 100€. Olha que é barato – Se paga aluguel do carro mais o seguro, são 120 Reais por dia, mais 50 só pró estacionamento, e se juntar as Balsas, o combustível e a entrada nos locais, vai ver que vindo com a gente, é bem mais econômico”...
Bom, decidimos aflorar o assunto posteriormente e deixarmos esta decisão - óbvia, para depois do Banho de mar, das Caipirinhas na Areia e de uma reconfortante Rede, entregamo-nos à leitura com os olhos postos ora no Mar ora nos livros: As intrigas intemporais do Eça de Queirós e o novíssimo romance da Margarida Rebelo Pinto.
E para nenhum de nós perder pitada de nada, descobrimos um novo prazer – ler para o outro em voz alta (e com isto acabámos por ler 4 livros numa semana!!)
Depois de um almoço tardio, deparámo-nos então com um novo facto: às 4 da tarde a praia enche-se das sombras das palmeiras, de um sol que se põe às 5 horas, e meia hora depois já é noite escura...
Fomos a pé, pela praia, até à nossa Pousada e depois de um Mojito bebido nas camas da piscina, fomos a um revigorante banho e já com a roupinha lavada, tomámos o ônibus para o centro de Arraial d’Ajuda – até nisto tivemos sorte: era “a Semana da Santa”- dia 15 é o dia da Nossa Senhora d’Ajuda e já só faltavam 5 dias.
O Centro do Arraial, resume-se à “Brodway” e ao “Mucugê” – a Maria tinha explicado: “A Brodway é a América onde tudo é mais baratinho. O Mucugê é a Europa, onde tudo é mais caro.” Sendo Europa ou América, o Mucugê batia aos pontos a Brodway – que tudo o que possuía era uma rua estreita com algumas lojas típicas e no final a praça da igreja – onde se celebrava a Missa do dia dos Pais. Já o Mucugê, era tudo alegria e clima de férias: bom ambiente, bons restaurantes, boas compras.
Entramos no Beco das Cores, e logo ali nos apaixonámos por aquele lugar. Espectacular: música ao vivo, luzes cintilantes e gente bacana. Jantámos uma fantástica Pizza em forno a lenha no Pitanga – um restaurante simpático com musiquinha ao violão e um ambiente muito acolhedor. E depois de um pequeno passeio a pé, fomos ver dançar o Forró, na Praça do Shopping d’Ajuda.
Regressámos novamente num Ônibus cheio de elementos da Orquestra, e quando nos deitámos perto da meia-noite, sorrimos um para o outro e dissemos felizes: isto promete!
Dia 2
Mário. 65 anos de idade. Nascido Português, residente no Brasil há 27 anos. 9 filhos de 5 mulheres diferentes: 1 Sueco, 2 Espanhóis, 4 Portugueses, 2 Brasileiros. “Mas o meu Xódó é a minha mais nova…” Viúvo por duas vezes já. "E actualmente?” - Perguntámos nós. ”…Uma Néguinha de 29 anos, que já tá querendo um filho! - Eu não tô doente, né?"
Este ser fabuloso, contador de boas histórias, e ainda muito Patriota e Sportinguista, conforme o demonstra na sua Creperia no Bêco das Cores, acumula ainda as funções de Gerente da Pousada onde nos instalámos. E isso, foi o nosso grande "furo". Através dele, e conforme suspeitas já mencionadas, alugámos um carro na Locadora "Iô-Iô", que ficou por menos de €100 - já com seguro, por 3 dias de aluguel eles oferecem o 4º - e ainda te pegam no hotel. Ele nos indicou os sítios onde deveríamos ir, e em que altura - porque a Praia do Espelho, só vale a pena, se a apanharmos com a Maré Baixa, para se verem os Corais. E posto isto, estava definitivamente dado o pontapé de saída, para sítios PARADISÍACOS...
Arrancámos rumo ao Norte – Praia do Guaiu “E vocês vão lá na Maria Nilza, que é uma Nega Enxuta, que tem já a minha idade, mas tá ali nos trinques. Uma mulher fabulosa, foi a minha 1ª namorada quando cheguei cá! Vocês vão lá e falam que fui eu quem mandou.” E a gente foi, né? E foi uma coisa! Chegamos a um sitio cheio de vegetação, sem electricidade, onde tudo é feito a Lenha…
Lá vimos o nosso 1º Siri - bem ali aos nossos pés, e usámos uma casa de banho digna de uma revista de decoração – ao ar livre, com chão de areia e paredes de cana.
Recebemos abraços quando chegámos e quando partimos… Ao todo deviam estar mais umas 6 pessoas na Praia. À Sombra de um Guarda Sol de colmo, deitados numas cadeiras reclináveis de costas pró Mar (porque lá o sol está do outro lado, né?), mandámos vir um vinhosinho Rose e pegámos na leitura… tomámos banho na foz do rio, porque ali, naquelas zonas, todas as praias têm um rio a entrar mar a dentro para quem se quiser deleitar, e nós quisemos! Tal como também quisemos dar a nossa 1ª Escapadinha e descobrimos partes desertas para o nosso deleite e, no final ainda mandámos vir pasteis de Siri e de Queijo – tããão bons, e almoçámos uns petiscos enquanto acabávamos o vinho. E ficámos a ouvir o mar mais um pouquinho, porque como a própria disse: “Não há orquestra como essa? Há?”
Na altura de pagarmos, veio um problema - sem dinheiro e sem electricidade, como é que íamos pagar? “Não faz mal, vocês voltam!” E quando saímos, dissemos-lhe que ainda que não ficasse o almoço fiado, nós gostámos tanto de estar ali, que voltaríamos na mesma, e ela disse: “Eu sei que sim!” Sorrimos, demos as mãos e seguimos para a balsa de regresso… “Hum… Que prainha boa, meu Xódó!”
À noite decidimos ir ao Pampas, muito bom aspecto, muito bom atendimento, mas a comida deixou a desejar – trocaram os nossos pedidos de bem passado versus mal passado e serviram-nos um vinho tinto, bem geladinho… “Salvou a noite”, uma ida ao Billy Cabeças – no Bêco das Cores, onde além da ex-ce-len-te música ao vivo, com boa voz, guitarra, violão e saxofone, podemos apreciar um pedido de casamento ao vivo, enunciado pelo vocalista e protagonizado por dois clientes… Teve direito a anel de noivado e tudo! Lindo! Nada como um bom romance, para inspirar uma noite de amor – e mais uma vez fomos dormir com um sorriso na boca.
Dia 03
Rumámos a caminho do Rio da Barra, para depois ficarmos já a caminho do tão falado e aconselhado vilarejo de Trancoso.
Dar com a “entrada” para o rio da Barra, não foi fácil não! Voltámos ao mesmo sitio a pedir informações 3 vezes, e na última acabamos por ficar… E ainda bem. Acho que as fotos dizem tudo, não é… Chegar neste tipo de Paraíso, não é uma simples tarefa nem tão pouco uma tarefa simples: Há que descobrir como lá chegar e há aventurarmo-nos na travessia ... Mas, todas as (en)traves passadas, lá pusemos o pé no chão e de facto estavamos extasiados - Que sitio inacreditável! Que paz! Almoçámos na Praia, e quando a sombra das Palmeiras se aproximou, fomos enroscar-nos numa cama de rede e ali ficamos a embalar a Paz de espírito, por cima de uma toca de Siri gigante.
Quando arrancámos para Trancoso, íamos tão pachorrentos, que não nos apetecia fazer nada e isso influenciou um pouco a visita. Admitamos que à chegada, a 1ª impressão não foi de grande entusiasmo, mas de facto aquele sitio tem qualquer coisa de encantador… Apesar de como disse, o Geraldo Casado (a conhecer mais adiante): “Mais que 2 dias em Trancoso, vira depressão…”.
Trancoso é místico! É diferente do resto dos sítios, apesar de estar ali no meio do nada, está repleto de tipos e tipas de fora, decididamente Europeus e com o ar dos Hippies em Wood Stock… Vendem colares e apetrechos de artesanato, fumam umas coisas e usam rastas enormes fazendo vã glória aos Dread Locks estrangeiros… Mas vão bem no ambiente local. Esse é um conjunto de casinhas pequeninas e térreas, com cores fortes e quentes, todas geminadas numa irmandade perto da centena. Os restaurantes, têm uma ar boémio, com esplanadas e luzes foscas penduradas nas árvores, que nos atraem a sentar… O silencio é quase absoluto e as lojas têm nomes como “Ave Maria” e “Cheia de Graças” – e nesta havia um painel enorme onde se lia: «Já te disse que te Amo hoje?» Uma coisa!
O centro de Trancoso – Chamado de Quadrado, é mais um rectângulo, mas é mesmo só aquilo: uma vista fabulosa, um campo de futebol improvisado (é engraçado, mas em todas as terriolas onde fomos, sempre há um), uma pequena Capela e mais nada. Quer dizer mais nada, não. Há o El Gordo…
Meus Deus, quando entramos no El Gordo – aconselhado pelo centro de informações turísticas local (todas as excursões passam por lá…), o sol já se estava a pôr. Aquela visão, ao som de uma Bossa Nova – bem lá no fundo, a alvura do branco, a decoração, o atendimento, o horizonte… Apertamos os dedos um do outro… “Que é isto?”
Mas isso fica para explicar mais à frente, porque ficámos tanto ou tão pouco impressionados que tivemos de voltar.
No regresso apanhámos a nossa primeira “pancadinha”… Não foi muito forte, mas o suficiente para demorar a condução numa hora de regresso… Depois de um banho para aquecer, lá fomos mais uma vez para o Mucugê e optámos por uma carninha Argentina no giríssimo:”Boi nos Aires” – Recomenda-se também. Chegados ao nosso poiso, lá fomos a mais uma partida de Sinuca para voltarmos a um encantador 3 – 1…
Dia 04
Regressar à Maria Nilza, não foi um Déjà vu. Mais um renovar de energias – aquela mulher é uma força da natureza. Inspira e transpira tranquilidade, e isso não se compra. Ou se tem, ou se não tem.
E por falar em ter, o que Cabrália tem, é o maior Santo António do Mundo – 17 metros de altura, numa fazenda singular, com uma vista bem para lá do mar.
Cabrália também tem o peso da primeira missa celebrada nas terras de Vera Cruz – marco do início da evangelização daquele povo Índio – maioritariamente Pataxó.
A seca que apanhámos na balsa, deu para um joguinho de Damas no boteco da entrada – que ficou pronto, como direi: 2 – 0…
Mas nem por isso perdemos a imaginação e face ao facto de termos decidido nessa noite conduzir uma hora para jantar no El Gordo, um belo bacalhauzinho à Brás (O dono é Lisboeta…), pensámos em como seria maravilhoso perder a cabeça e o amor ao dinheiro e em vez de ir lá só pela janta, ficar a dormir para aproveitar e desfrutar de tudo em todo. Em pleno. E se bem pensámos, melhor o fizemos, o sorriso nas nossas carinhas era de antecipação pelo que havia de vir. E em menos de 2 horas estávamos no paraíso!
O El Gordo, acumula as funções de Hotel e de Restaurante. Não sabemos quantas estrelas ele tem, mas para nós teve quase tantas, como as 1001 Eterane no deserto de Marrocos, porque também aquela noite foi linda, calma e inesquecível. Os quartos são de uma limpeza quase imaculada. É tudo muito branco, muito asseado… A cama gigante tem um mosquiteiro todo envolto em si mesmo, a casa de banho é toda em pedra e os produtos são da Rituals(…), o quarto possui um plasma enorme, com DVD, e um cardápio de músicas e filmes à escolha – que prescindimos. A varanda avista o mar e as escarpas. O restaurante fica às margens da piscina. A piscina essa, está de barriga para cima a olhar para o mar, e os candeeiros flutuantes iluminam-lhe a água parada e o grande alabastro no tecto, de um estudado recanto, reflecte a luz e a água nas nossas caras… o Vinho é do bom, e a comida de profissionais. O encanto foi tal, que pela vez se mudou o resultado do jogo e desta feita à Bisca, ficámos por 3 – 7.
Irmos para a cama, ali naquele sítio, foi quase um ritual e não fora o raio das cinco melgas dentro do mosquiteiro (não entendemos como entraram para lá), teríamos tido uma noite celestial.
Dia 05
Despertámos às sete da manhã ao som dos passarinhos, com os raios de sol a furar as frinchas dos estores de madeira. Abrimos as portadas e ficámos deitados, na ronha, a contemplar a suave brisa da manhã e a absorver a natureza lá fora, através do ténue filtro do tule. Sem palavras!
O pequeno-almoço no El Gordo, faz também jus ao nome. Satisfeitos, ainda houve tempo para um mergulho na piscina e uma vistoria às escarpas e aos recantos da vegetação. Saímos dali com a alma lavada, frescos, felizes e atrasados para a ansiada Baixa-Mar na praia do Espelho.
E pronto, o atraso foi de tal forma – porque nisto somos como em tudo na vida, ou se é ou se não é, que quando lá chegamos a Maré já estava a subir e os Corais, o tal espelho, a transparência daquelas águas, deixou de se ver… Mas também ficámos com um imprescindível motivo para um futuro regresso… Aliás, aquele acabou por ser o nosso melhor dia de praia, em termos de bom tempo, banhos de sol e mergulhos no mar. E sabem que mais, conhecemos, falámos e comprámos colares a um Índio Pataxó, que vinha andando fazia 5 horas: “São 18 Km para cá e 18 Km para lá. Nós vimos andando pelas praias e vimos vendendo nosso artesanato!” e nós gostámos tanto das suas peças que comprámos cinco colares, e ele acabou oferecendo mais um, agradecido que estava, e nós acabamos por ficar com o melhor sem termos de pagar a excursão para ver o que todos os turistas invariavelmente vêem. Tivemos um Pataxó ali, só para nós! Na volta ainda parámos numa aldeia protegida de Índios – Imbiriba e lá comprámos mais umas coisinhas – demais!
O trajecto de regresso, foi por sítios bem diferentes do normal por aquelas bandas – vimos fazendas e mais fazendas, planícies infinitas ao por sol, e vimos cavalos a pastar e, bois a refrescarem-se em riachos qual hipopótamos em dia de calor…
Já ao chegar à nossa pousada, finalmente dirigimo-nos à tão falada galeria – Arraial D’Arte, e o que encontrámos foi arte em diversas formas – além dos quadros, houve a arte de bem receber, bem falar e bem cativar e ali ficámos presos, ao Geraldo Casado e à sua mulher, Teresinha, e ainda ao sorriso inocente do Felipe – o netinho de 3 meses.
O Geraldo Casado aproximou-se de nós com um sorriso na boca e cativou-nos logo. Apertou-nos a mão com a confiança de quem gosta de receber e abriu-se para nós, na visita ao espaço, na obra, na técnica e na vida. Ficámos maravilhados com o estilo original que desenvolveu para fazer retratos, que são verdadeiras obras de arte dignas de um Van Gogh contemporâneo. Pintados a óleo com um espátula carregada de emoção, que deixa atrás de si o relevo dos movimentos do artista. Primeiro somos “agarrados” pela expressão do olhar – apenas os olhos são reais, depois navegamos por um mar de cores que dão forma ao rosto. E que rostos – vão desde personagens do jet-set brasileiro a pessoas anónimas. Todos os quadros são bons, todos são diferentes e todos são intensos. Cada um deles possui uma personalidade própria que representa a visão que o artista tem de cada retratado. De referir que o Casado não pinta quem não conheceu – “Eu tenho que apanhar a linha do olhar, ver a expressão do olho e as suas cores. E isso só pode ser feito falando com a pessoa, sentindo as suas vibrações...” Tão fascinados ficámos que pela 2ª vez, em 24 horas, perdemos a cabeça e encomendámos um quadro nosso, que só fica pronto três meses depois porque ele só pinta 5 por mês - ele tem de ter tempo para as suas “viagens” introspectivas...
Ao jantar, optámos por variar do centro de Arraial e zarpámos para Porto Seguro – só não foi uma decepção porque já sabíamos o que íamos encontrar – nada. Aproveitámos então para iniciar a sessão de fotos para o nosso quadro. Muitos sorrisos forçados, que como já era de esperar não deram em nada, porque se acabou por escolher as menos óbvias e mais naturais. Mas valeu pelo passeio a pé, para fazer a digestão. O regresso ao Sinuca foi substituído por um jogo de matraquilhos, onde o resultado voltou ao de sempre: 15 – 0 …
Dia 06
Foram levantar o carro à Pousada às 10:00 e fomos de ônibus até à galeria entregar as fotos para o Casado nos ajudar a escolher, e depois de um outro ônibus até ao centro, fomos a pé até à Praia da Pitinga – visita sugerida pela Teresinha, face às enormes falésias cor de fogo, descritas por Pêro Vaz de Caminha, na sua carta como escrivão de Pedro Alvares Cabral – considerada como “a Certidão de Nascimento” Brasileira. Contudo não foi nada de mais, considerando as maravilhosas Praias onde já estivéramos, mas comemos bem e sempre deu para um bate papo com um dos grupinhos mais fixes do pessoal que aterrou ali connosco – um Pai divorciado e seus dois filhos – muito boa onda, ou não fossem eles da Invicta!
Partilhámos uma “Van” que nos levou até à Praça Central do Arraial – era o dia da romaria, o descampado cheio de gente, com jogos, feirantes, roulotes e muita animação popular. Chegámos bem a tempo do momento principal - a procissão de Nossa Sr.ª da Ajuda. Mais uma gratificante experiência à qual se juntou a missa às 19:30 (bem mais alegre e confiante que as nossas, diga-se de passagem!). Jantámos no “Mister Pasta” uma massinha caseira com Picanha e depois de um passeio para as últimas compras, regressámos ao ninho para a nossa última noite.
Mesmo antes do fim, já nos entre-agradecíamos por tão magnificas férias. Que consolo!
Dia 07
The Last but not the least.
Apesar do espírito de melancolia que se instalou na nossa mente pelo fim das férias, aquilo foi mesmo um aproveitar as aparas todas, rapar os restos e esticar a corda e a memória da máquina fotográfica.
Não obstante a chuva grossa que caiu pela manhã, quando nos preparávamos para ficar ali no “café-da-manhã” a terminar os nossos livros, de repente o sol abriu e a Praia chamou por nós.
Tínhamos guardado para o último dia a ida à própria praia do Beija Mar, e realmente valeu, porque o mar estava calmo, a água estava morna e a areia aqueceu tanto como os nossos corpos ao Sol. Terminámos os nossos segundos livros e terminámos as férias em pleno.
Mas, mas, ainda deu tempo para depois de cara lavada, mala pronta e barriga cheia, irmos à “vernisage” do Geraldo Casado! Foi brindar com “uma Champanhe”, comer Cocada e dar abraços de despedida.
Formalizámos a compra e ficámos muito orgulhosos quando em tom de brincadeira perguntou se prescindíamos dos nossos direitos de autor e o autorizávamos a colocar uma foto nossa com a obra, junto às restantes no mural: “É que vocês têm bom astral e transmitem uma energia positiva – e eu preciso disso aqui.”
P.S.
Este Post teve a preciosa colaboração do meu Xodó